terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Papa, o aborto e o despojamento

Crónicas

Nas crónicas do último fim-de-semana, Anselmo Borges falou no DN das posições do Papa Francisco sobre alguns temas em debate. Como, por exemplo, sobre o celibato eclesiástico:

Sobre o celibato sabe por experiência própria. Quando era seminarista, ficou deslumbrado por uma rapariga. "Surpreendeu-me a sua beleza, a sua luz intelectual... e, bom, andei baralhado durante algum tempo, a dar voltas à cabeça." Ainda era livre, porque era seminarista. Teve de repensar a sua escolha.
"Voltei a escolher o caminho religioso – ou a deixar que ele me escolhesse. Seria estranho que não se passasse este tipo de coisas." Quando aparece um padre a dizer que engravidou uma mulher, "ouço-o, procuro transmitir-lhe paz e aos poucos faço-o perceber que o direito natural é anterior ao seu direito como padre". No catolicismo ocidental (no Oriente, os padres podem casar-se), "o tema está a ser discutido", mas "por enquanto mantém-se firme a disciplina do celibato". "Trata-se de uma questão de disciplina, não de fé. É possível mudar."

O texto integral pode ser lido aqui e complementado com a notícia de que o Papa telefonou a uma mulher, mãe solteira, que se propunha abortar. Depois de ter escrito ao Papa apenas como desabafo, Anna Romano ficou surpreendida com um telefonema do próprio Francisco, que lhe pôs mesmo a hipótese de ser padrinho da criança, caso ela não encontre ninguém disponível, como se pode ler aqui.

Na Voz da Verdade, Vítor Gonçalves fala daquilo que, no inesperado dos dias e dos acontecimentos, nos pode ensinar o despojamento. E de como isso se relaciona com o evangelho da liturgia de domingo passado, onde Jesus dizia:

As palavras de Jesus no evangelho apontam escolhas difíceis. Há um mundo novo de justiça e fraternidade que muitas “heranças” familiares impedem que se realizem. Há ânsias de poder e guerras que se travam que não são próprias dos seus discípulos. Querer seguir Jesus no conforto de um bem-estar irreal, sem uma consciência ética de transformação do que é injusto e desumano, não é possível. Que bens são estes a que nos é pedido renunciar? Que credibilidade ganhariam as palavras dos cristãos e dos discursos da Igreja com esse despojamento?

O texto completo pode ser lido aqui.


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