Crónica
Num tempo que cruza a rapidez necessária
com a precipitação a evitar, constrói-se uma semântica dominante. E assim se
confunde o argumento com a proposição, a argumentação com a demonstração.
Parte-se para a demonstração sem o cuidado dos argumentos. Argumenta-se como
quem demonstra. (...) Há que assumir, claro, a regra e as leis inquestionáveis,
porque absolutamente demonstráveis e provadas. Quem não come, morrerá de fome.
Mas como quantificar o sofrimento de quem experimenta a fome. Com que tabela se
quantifica a dignidade humana? E o amor? A felicidade? A beleza? É nesta janela
de ambiguidades que sobrevivem ou são esquecidos os valores sem preço,
desenhados no aprofundamento da ética. Como o invisível não é quantificável
diante do visível, assim os argumentos humanos não são automaticamente
aplicáveis num padrão financeiro. Por isso – fazendo eco das palavras do papa
Bergoglio –, sem a adequada ética, refém de uma lógica meramente capitalista e
desumana, “esta economia mata”!
O mesmo se aplica às religiões. O
Princípio é da demonstração e não da argumentação sujeita às múltiplas
variáveis das relações e emoções reais. Assim, se a força motriz da fé é a
dúvida, capaz de construir convicções, um dogma elevado à categoria de
Princípio pode ser um contra-senso, porque no campo da interpretação é contra
argumentável.
Num tempo em que tudo se debate, tudo
se questiona, como assumir a dinâmica de uma Verdade - que se quer infalível -,
numa plataforma global e plural de verdades, conceitos e preconceitos
discutíveis - que redefinem padrões e resgatam mistérios? E, já agora, como
redesenhar o acolhimento na diversidade? Como lidar com a diversidade ampliada
mediaticamente?
Não sabemos que trilho percorrerão as
religiões na saída deste labirinto, mas as últimas décadas indicam
possibilidades nunca antes percorridas.
Num tempo que cruza a rapidez necessária
com a precipitação a evitar, constrói-se uma semântica dominante. E assim se
confunde o argumento com a proposição, a argumentação com a demonstração.
Parte-se para a demonstração sem o cuidado dos argumentos. Argumenta-se como
quem demonstra. (...) Há que assumir, claro, a regra e as leis inquestionáveis,
porque absolutamente demonstráveis e provadas. Quem não come, morrerá de fome.
Mas como quantificar o sofrimento de quem experimenta a fome. Com que tabela se
quantifica a dignidade humana? E o amor? A felicidade? A beleza? É nesta janela
de ambiguidades que sobrevivem ou são esquecidos os valores sem preço,
desenhados no aprofundamento da ética. Como o invisível não é quantificável
diante do visível, assim os argumentos humanos não são automaticamente
aplicáveis num padrão financeiro. Por isso – fazendo eco das palavras do papa
Bergoglio –, sem a adequada ética, refém de uma lógica meramente capitalista e
desumana, “esta economia mata”!
O mesmo se aplica às religiões. O
Princípio é da demonstração e não da argumentação sujeita às múltiplas
variáveis das relações e emoções reais. Assim, se a força motriz da fé é a
dúvida, capaz de construir convicções, um dogma elevado à categoria de
Princípio pode ser um contra-senso, porque no campo da interpretação é contra
argumentável.
Num tempo em que tudo se debate, tudo
se questiona, como assumir a dinâmica de uma Verdade - que se quer infalível -,
numa plataforma global e plural de verdades, conceitos e preconceitos
discutíveis - que redefinem padrões e resgatam mistérios? E, já agora, como
redesenhar o acolhimento na diversidade? Como lidar com a diversidade ampliada
mediaticamente?
Não sabemos que trilho percorrerão as
religiões na saída deste labirinto, mas as últimas décadas indicam
possibilidades nunca antes percorridas.
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