A viagem do Papa ao Chile (depois seguida de uma visita ao Peru)
continua a motivar leituras diversas. Inês Batalha Mendes, portuguesa que
reside e trabalha em Santiago do Chile como analista de risco, escreveu sobre o
tema numa crónica da Visão. E considera
que, numa determinada perspectiva, a visita poderia ser considerada um sucesso:
Dias antes do início
da visita papal, o presidente da Câmara dos Deputados, Fidel Espinoza, propôs
adiar a discussão do projeto de lei sobre identidade de género por considerar
que o mesmo era “de alta sensibilidade” para a Igreja. Tal como há várias
leituras da realidade, também é certo que existem várias igrejas dentro da
igreja. Suponho que o senhor Espinoza pretendia com isto não ofender aquela
parte da Igreja e da sociedade mais preocupadas com as batalhas contra o
aborto, os contracetivos, a identidade de género, o casamento homossexual do
que com as questões de justiça social que têm sido uma preocupação constante
deste papado. A agenda do Papa Francisco no Chile foi coerente com essa visão.
No decurso da visita abordou temas de exclusão social (visitou uma prisão de
mulheres), da importância de estender pontes (visitou a Araucanía e abordou o
conflito mapuche), falou de acolher o outro e da dignidade humana (visitou o norte
do país onde a crise migratória é mais visível). Temas cuja discussão é
necessária e atual no Chile. Só por isso a visita deveria ser considerada um
sucesso!
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)
No DN de sexta-feira, Anselmo Borges regressa também ao assunto, para
escrever:
Desta viagem, há
muitas conclusões a tirar. Duas principais: contra uma Igreja piramidal e vertical,
exige-se uma Igreja cada vez mais horizontal; depois, tolerância zero para a
pedofilia, mas é urgente perceber que a pedofilia não é só um pecado, é também
um crime e impõe-se agir em consequência.
(texto disponível aqui na íntegra; acerca da viagem, já aqui tinham
sido publicados outros comentários e análises)
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