(foto reproduzida daqui)
O
Papa Francisco convocou para esta sexta-feira, dia 23, um jejum pela paz e, em
especial, pelas populações da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul,
tendo em conta a “trágica continuação de situações de conflito em diversas
partes do mundo”.
Ao
convidar os crentes (incluindo “os irmãos e irmãs não católicos e não cristãos”
com as “modalidades que considerarem mais oportunas”) para um dia de “oração e
jejum”, o Papa acrescentou que
cada pessoa se deve perguntar, na sua própria consciência: “O que posso eu fazer
pela paz?” E acrescentou: “Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode
dizer concretamente ‘não’ à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque
as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar
pela paz faz bem a todos!”
Na
sua mensagem para a Quaresma deste ano,
o Papa explica precisamente o sentido do jejum, relacionando-o com o fim da violência:
“o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma
importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que
sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as
mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto
de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais
atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que
sacia a nossa fome.”
Como
proposta de oração para este dia de jejum, a Cáritas Portuguesa convidou um
conjunto de instituições e movimentos católicos a redigir uma Via-Sacra que
servisse de meditação para este dia. “Esta
iniciativa resultou, primeiro, num gesto simbólico de união entre aqueles que
têm por missão a evangelização e a erradicar a pobreza; segundo, num texto com
um alinhamento diversificado que vive da identidade de cada uma destas
organizações.” O texto está disponível aqui.
A
propósito da violência que não se limita às guerras declaradas, merece também
referência a iniciativa da Igreja Católica que, nas Filipinas, juntou aos
objectivos de uma tradicional Marcha pela Vida a luta contra os assassinatos
suspeitos, a declaração da lei marcial no sul do país ou a ideia de
restabelecer a pena de morte. Numa semana em que assistimos a um dos mais graves massacres na guerra da Síria e a
um novo massacre de jovens numa escola dos Estados Unidos, vale
a pena reparar na forma como os católicos de um país se mobilizam contra a
instalação de uma “cultura de violência”, como referiu o bispo Broderick Pabillo.
Uma
forma de alertar consciências contra outras violências que a Europa está a
infligir a muitas pessoas que no continente buscam refúgio, é aquela que propõe
a paróquia da Vera-Cruz, em Aveiro: até 4 de Março, dentro da igreja paroquial,
os fiéis e muitos visitantes que ali entram serão surpreendidos pelas
fotografias de Ricardo Lopes feitas em campos de refugiados.
Grécia: o Purgatório Europeu, pretende mostrar “rostos, a preto e branco, cenas do quotidiano
do sofrimento de quem é esquecido”. E os objectivos, como explica o
pároco, padre João Alves, são mesmo o de “incomodar quem ali está ou passa,
ajudar à relação entre a Eucaristia e a caridade, porque este ano é dedicado à
caridade, e percebermos que a paróquia tem uma fraca sensibilidade sócio-caritativa
da comunidade celebrante”. Uma reflexão mais para este tempo, como se pode ler
nesta notícia.
Sem comentários:
Enviar um comentário