Crónicas
(Ilustração: Bem-aventuranças,
de Bernadette
Lopez, Berna, reproduzida daqui)
No comentário aos textos da liturgia católica deste domingo, Vítor
Gonçalves escreve, sob o título Santidade para quem?:
Cada “bem-aventurança” dá-nos a
conhecer melhor o “bem-aventurado” que é Jesus Cristo. São pedaços do seu rosto
e da sua vida, revelam-nos a felicidade que nos ensina a construir. Uma
felicidade concreta, que começa aqui e nunca mais termina, porque o céu não é
meta inatingível mas vida nova e plena na surpresa absoluta do amor. E porque
estas propostas de felicidade são “boa nova” para cada tempo, gosto de imaginar
outras bem-aventuranças que lhes podíamos juntar, nascidas deste quotidiano que
não é banal mas tão cheio de graça. Podia ser assim: aos que andam fechados em
si mesmos: “felizes os que enchem cada dia de atenção aos outros, porque a sua
carga se tornará mais leve”; às famílias que se vão distanciando: “felizes as
famílias que comem juntas sem interrupção de telemóveis ou televisão, porque
descobrirão o prazer de conversar”; e aos políticos tentados pelo poder: “felizes
os políticos honestos e responsáveis pelo bem comum, porque poderão não ser
reeleitos mas nunca serão escândalo de capa de jornais”; e aos professores
desanimados por tantas reuniões e metodologias: “felizes os professores
dedicados aos alunos e ao gosto de ensinar, porque lutarão contra alunos, pais
e burocracias mas algo do que semearam dará fruto”; aos jovens aliciados por
mil seduções: “felizes os jovens crescem no dom de si e não se deixam
escravizar por nada, porque viverão no amor e na verdade”; aos filhos com pais
idosos: “felizes os que encontram tempo e carinho para visitar os mais velhos,
porque o seu coração encher-se-á de luz”; aos cristãos acomodados: “felizes os
amigos que Me deixam olhá-los nos olhos, porque a vossa vida será nova todos os
dias”… e cada um pode sugerir tantas mais!
Creio que a santidade é mesmo para
todos! E vive-se todos os dias. Às vezes basta sermos a pessoa bonita que Deus
já criou em nós!
(texto aqui na íntegra)
(No Domingo anterior, Vítor Gonçalves dava Um aplauso aos“cães-guias”;
e no dia 18 falava d’O primeiro‘servidor’)
Texto anterior no blogue
Que temos nós a ver com os migrantes? – os refugiados e o Sínodo dos
Bispos nas crónicas de frei Bento Domingues
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