domingo, 1 de novembro de 2015

Todos-os-Santos: Santidade para quem?

Crónicas


(Ilustração: Bem-aventuranças
de Bernadette Lopez, Berna, reproduzida daqui)


No comentário aos textos da liturgia católica deste domingo, Vítor Gonçalves escreve, sob o título Santidade para quem?:

Cada “bem-aventurança” dá-nos a conhecer melhor o “bem-aventurado” que é Jesus Cristo. São pedaços do seu rosto e da sua vida, revelam-nos a felicidade que nos ensina a construir. Uma felicidade concreta, que começa aqui e nunca mais termina, porque o céu não é meta inatingível mas vida nova e plena na surpresa absoluta do amor. E porque estas propostas de felicidade são “boa nova” para cada tempo, gosto de imaginar outras bem-aventuranças que lhes podíamos juntar, nascidas deste quotidiano que não é banal mas tão cheio de graça. Podia ser assim: aos que andam fechados em si mesmos: “felizes os que enchem cada dia de atenção aos outros, porque a sua carga se tornará mais leve”; às famílias que se vão distanciando: “felizes as famílias que comem juntas sem interrupção de telemóveis ou televisão, porque descobrirão o prazer de conversar”; e aos políticos tentados pelo poder: “felizes os políticos honestos e responsáveis pelo bem comum, porque poderão não ser reeleitos mas nunca serão escândalo de capa de jornais”; e aos professores desanimados por tantas reuniões e metodologias: “felizes os professores dedicados aos alunos e ao gosto de ensinar, porque lutarão contra alunos, pais e burocracias mas algo do que semearam dará fruto”; aos jovens aliciados por mil seduções: “felizes os jovens crescem no dom de si e não se deixam escravizar por nada, porque viverão no amor e na verdade”; aos filhos com pais idosos: “felizes os que encontram tempo e carinho para visitar os mais velhos, porque o seu coração encher-se-á de luz”; aos cristãos acomodados: “felizes os amigos que Me deixam olhá-los nos olhos, porque a vossa vida será nova todos os dias”… e cada um pode sugerir tantas mais!
Creio que a santidade é mesmo para todos! E vive-se todos os dias. Às vezes basta sermos a pessoa bonita que Deus já criou em nós!

(No Domingo anterior, Vítor Gonçalves dava Um aplauso aos“cães-guias”; e no dia 18 falava d’O primeiro‘servidor’)

Texto anterior no blogue
Que temos nós a ver com os migrantes? – os refugiados e o Sínodo dos Bispos nas crónicas de frei Bento Domingues

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