(foto reproduzida daqui)
Ontem,
a Fortune publicou a sua lista das personalidades que considera mais influentes
no mundo; o Papa Francisco surge em primeiro lugar, num inventário que inclui o
Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano, também entre os dez
primeiros. A lista pode ser consultada aqui e uma
notícia em castelhano pode ser lida aqui.
No Vatican Insider, há uma entrevista a Andrea
Riccardi, presidente da Comunidade de Santo Egídio, de Roma. Nela, o também historiador
diz que “durante o século XX nenhum Papa teve tantas resistências como
Francisco” e elas são “sinal de que o Papa está mudando a Igreja”. E explica:
“Francisco encontra-se perante resistências internas nas estruturas
eclesiásticas, nos episcopados e no clero. Enquanto é evidente a aliança que se
instaurou com o povo.”
A
lua de mel, diz ainda Riccardi, “não acabou porque não é um fenómeno mediático,
mas algo que vai muito mais além, pois tem muita substância”. E conclui o
historiador: Claro, o passo necessário na Igreja é receber o que Francisco
oferece como testemunho e um modelo de evangelização e de pastoral que propõe.
É um modelo verdadeiramente à altura dos desafios da nossa época aquele coloca
um Papa que nasceu, viveu e foi bispo de uma megalópole como Buenos Aires.
A
entrevista pode ser lida aqui na íntegra, em castelhano.
Qual
é a novidade que o Papa Francisco pode trazer? “Não é tanto o varrer a Cúria. É
uma nova forma de governar esta universalidade”, diz o historiador António
Matos Ferreira, num programa de Rosário Lira, na Antena 1, dedicado ao primeiro
ano de pontificado do Papa Francisco. Matos Ferreira acrescenta: “E esse seria
um contributo não só para a Igreja Católica, mas também para a ordem
internacional. Porque há um défice hoje não de descentralização, mas de
corresponsabilidade, de real participação de todos.”
O
programa O primeiro ano de Francisco conta com
entrevistas a diversas personalidades. O patriarca de Lisboa diz que, com
Francisco, a grande diferença é o descentramento da Igreja: “Não podemos deixar
as coisas como estão, (...) temos de voltar às periferias onde o cristianismo
nasceu.”
Borges
de Pinho, professor de Teologia Ecuménica, afirma que, com o Papa Francisco, “a
Igreja Católica vai repensar algumas maneiras de agir”, nomeadamente a nível da
“descentralização”.
O
bispo de Leiria-Fátima, António Marto, diz que a eleição de Francisco “trouxe
uma nova primavera para a Igreja”. E recorda que, quando estava iminente o
alastramento da guerra na Síria, a convocação de um dia de jejum “anulou as
intenções de guerra”.
O
xeque David Munir, da Comunidade Islâmica, afirma esperar que o braço que o
Papa “estendeu para as outras confissões se mantenha estendido”.
Participam
ainda outros convidados, entre os quais os padres jesuítas Alberto Brito (ex-provincial
da Companhia de Jesus em Portugal) e António Vaz Pinto e alguns jovens que
participaram nas Jornadas Mundiais da Juventude, no Rio de Janeiro. O programa
pode ser escutado aqui.
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