Crónicas
No seu texto de domingo no Público, que pode ser lido aqui na íntegra, frei Bento Domingues fala da Europa, sob o título “O ser humano tem cura”:
No seu texto de domingo no Público, que pode ser lido aqui na íntegra, frei Bento Domingues fala da Europa, sob o título “O ser humano tem cura”:
A
Europa não é o mundo nem pode ser uma fortaleza, um mar de morte, e o
Mediterrâneo, um cemitério. Reconhecido ou negado, o ser humano existe nos
seres humanos. Em todos.
Conta
Fr. Bartolomeu de Las Casas, na sua História das Índias, que no dia 21 de
Dezembro de 1511, Fr. Antón Montesinos subiu ao púlpito, levando mandato de
toda a comunidade dominicana da Isla Española, para, como voz de Cristo, tomar a defesa
pública dos índios explorados: “esta voz, disse ele, declara que todos estais
em pecado mortal e nele viveis e morrereis, pela crueldade e tirania que usais
com estas inocentes gentes. Dizei-me: com que direito e com que justiça tendes
estes índios em tão cruel e horrível servidão? Com que autoridade fizestes tão
detestáveis guerras a estas gentes que estavam nas suas terras, mansas e
pacíficas, onde consumistes um número infindável delas, com mortes e estragos
nunca ouvidos? Como é que os tendes tão oprimidos e esgotados, sem lhes dar de
comer nem curar as suas doenças, que pelos excessivos trabalhos a que os
sujeitais, vos morrem, melhor será dizer, os matais, para arrancarem e
conseguirem ouro todos os dias. (…) Estes não são homens? Não têm
almas racionais? Não sois obrigados a amá-los como a vós mesmos? Não entendeis
isto? Não sentis isto? Como estais adormecidos num sono tão profundo e
letárgico? (…)
O
ser humano tem cura, mas precisa de tomar os remédios. Quais?
Sexta-feira
passada, na sua crónica do CM que pode ser lida na íntegra aqui, Fernando
Calado Rodrigues abordou a questão dos divorciados na Igreja Católica:
O
Papa Francisco felicitou [o cardeal Walter] Kasper pela sua exposição e deu,
assim, um sinal claro que está aberto a que se altere a práxis em relação aos
divorciados a viverem uma nova união. É evidente que a Igreja não vai deixar de
propor o ideal de uma família estável gerada a partir de um compromisso para
toda a vida. Contudo, não pode continuar insensível ao drama daqueles a quem é
vedado o acesso aos sacramentos, pelo facto de o seu matrimónio ter falhado e
de terem reconstruído a vida com outra pessoa.
Não
será uma tarefa fácil, mas, ao que parece, conta com o apoio do Papa que
solicita uma “pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor” para a família.
Sem comentários:
Enviar um comentário