O
pretexto é o chamado “cálice de São Geraldo”, que tem mais de mil anos e
integra o Museu da Sé de Braga, depois de ter sido encomendado por um tetravô
de D. Afonso Henriques como taça para beber às refeições. Foi isto 150 anos
antes da fundação de Portugal e cem anos antes da
construção da Sé de Braga, na aurora da reconquista. O cálice é a
mais antiga peça existente em território português destinada ao culto católico
(e uma das mais antigas da Península Ibérica) e é um testemunho de como havia,
na época, uma “contaminação natural” entre a cultura cristã e a cultura
muçulmana.
É este o objecto que conduz a primeira Visita Guiada, programa que a RTP
estreou nos últimos dias, com duas versões: aos sábados na rádio (Antena 1,
13h10), e às segundas em televisão (RTP2, 21h25). O programa, da autoria de
Paula Moura Pinheiro, pretende mostrar objectos que contem a história de
Portugal e sejam considerados como relevantes pela história de arte – seja um
cálice, um claustro ou uma colecção de arte africana, explica a autora.
Na apresentação da ideia, Paula Moura
Pinheiro diz ainda que será dada quase sempre a palavra a uma nova geração de
historiadores – neste primeiro, a “guia” da visita é Joana Ramôa Melo – e que o
programa tratará a música também como objecto patrimonial: “Há uma banda sonora alinhada com o período dos
objetos-protagonistas. A música usada no programa é de compositores
contemporâneos das peças tratadas. De preferência, portugueses. Muitas vezes
com intérpretes portugueses.”
Um programa a seguir com atenção e cuja
primeira edição televisiva pode ser vista aqui.
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