25 de Abril, 40 anos
Foi “uma homenagem a todos os que souberam dizer ‘não’ ao regime da ditadura que vigorou entre 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974” – sobre cuja data passam este ano 40 anos –, nas palavras de José Dias, que animou o encontro. Iniciativa com características de história oral, realizou-se a 22 de Fevereiro último, no Convento de São Domingos, em Lisboa, um encontro sobre Os Católicos na luta contra a ditadura, que reuniu cerca de 180 pessoas durante uma tarde inteira.
Foi “uma homenagem a todos os que souberam dizer ‘não’ ao regime da ditadura que vigorou entre 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974” – sobre cuja data passam este ano 40 anos –, nas palavras de José Dias, que animou o encontro. Iniciativa com características de história oral, realizou-se a 22 de Fevereiro último, no Convento de São Domingos, em Lisboa, um encontro sobre Os Católicos na luta contra a ditadura, que reuniu cerca de 180 pessoas durante uma tarde inteira.
Organizada
pelo Instituto São Tomás de Aquino, dos padres dominicanos, e pelo Movimento
Não Apaguem a Memória, a iniciativa contou com testemunhos, alguns deles com
histórias inéditas, depoimentos escritos e música.
Até ao
próximo dia 25 de Abril, o RELIGIONLINE vai publicar os depoimentos escritos
que foram lidos no encontro, além de histórias desenvolvidas a partir das
informações e testemunhos ali partilhados.
A música,
interpretada ao vivo por Francisco Fanhais, marcou o momento inicial. É desse
momento que aqui ficam dois registos. O primeiro, um excerto de Porque, poema de Sophia de Mello
Breyner:
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os
outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
Porque os outros calculam mas tu não, tu não...
O segundo, a interpretação de Utopia, música de José Afonso:
Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio
Homem que olhas nos olhos
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio
Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para as margens do Oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?
(Próximo texto, dia 28: Testemunho sobre a resistência dos cristãos, de Guilherme d'Oliveira Martins)
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para as margens do Oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?
(Próximo texto, dia 28: Testemunho sobre a resistência dos cristãos, de Guilherme d'Oliveira Martins)
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