Porta da vila de Trancoso (foto reproduzida daqui)
Em Trancoso, podem
encontrar-se 300 marcas em casas que assinalam lugares onde teriam habitado
judeus obrigados a converte-se ao cristianismo. Na judiaria de Trancoso,
situada dentro das muralhas da pequena vila, viviam artesãos, médicos,
colectores de impostos e pessoas com muitas outras actividades – incluindo
algumas que chegaram a ser conselheiros de reis, médicos da coroa e altos
dignitários da sociedade de então.
Em dia de Shabath judaico, traz-se aqui a
referência a um texto (que pode ser lido aqui, em castelhano) de Nora Goldfinger na
página de Shavei Israel (uma organização de
divulgação e estudo do judaísmo sefardita) acerca das judiarias de Trancoso e da
Covilhã.
Entre as marcas
referidas por Goldfinger, podem descobrir-se um IHS, acrónimo para
Jesus, ou um AM, abreviatura de Ave-Maria, como relatei num reportagem que
publiquei em Abril de 2011, no Público, quando a Rota das Judiarias começava a
ganhar forma (o texto, que pode ser lido aqui na íntegra, fala também das judiarias de
Belmonte, Guarda, Tomar e Castelo de Vide. Entre as marcas que se encontram no “jogo
de pista” que se pode jogar em Trancoso, descobrem-se ainda um círculo com um
pentagrama – até ao início do século XX, a estrela de Salomão poderia ter sido
usada por judeus ou por adeptos da cabala – ou uma cruz grega numa outra porta.
Já na Covilhã, recorda Nora
Goldfinger, a cidade teve um importante contributo de judeus, que chegaram ao
ponto de colocar a “estrela de David” no brazão covilhanense.
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