terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A não-violência como proposta para contrariar a violência cada vez mais cedo na vida das crianças



Mahatma Gandhi (foto reproduzida daqui)

Um dia depois de um episódio de violência numa escola da Nazaré, que resultou na morte de um dos envolvidos, assinalou-se esta terça-feira o Dia Internacional da Não Violência e da Paz na Escola, comemorando assim a data em que Mahatma Gandhi, o líder da luta pacífica pela independência da Índia, foi morto no seu país, em 1948.
Na TSF, uma reportagem do jornalista Miguel Midões com sonoplastia de Paulo Jorge Guerreiro, trouxe à antena o caso do Agrupamento Escolar de Oliveira do Bairro, que promoveu um conjunto de iniciativas para assinalar a data.
Um dos dados revelados na reportagem é que a violência acontece cada vez mais cedo na vida das crianças e jovens; por isso se torna importante que se comece pelos mais novos a incutir o sentido da não-violência.
A reportagem pode ser ouvida aqui, onde também estão disponíveis mais informações. 
O tema da não-violência teve, assim, uma oportunidade rara para ser discutido no país, já que uma questão pouco presente no debate público. Um dos últimos contributos para a reflexão sobre o mesmo foi o texto elaborado pelo Metanoia – Movimento Católico de Profissionais, em 2002, na sequência de um processo de reflexão que contou com diversos contributos, incluindo de pessoas de outras religiões.  
O texto, com o título Proposta para uma Cultura da Não-Violência começa por verificar, nos seus dois primeiros parágrafos:
“No início do terceiro milénio a violência continua a ser uma constante na história da humanidade. Muitos são os motivos que alimentam as guerras: diferenças religiosas e/ou culturais, conflitos ideológicos e políticos, reivindicações territoriais, acesso a recursos naturais, a dinâmica própria dos interesses específicos do binómio sistema militar/indústria do armamento, o desejo de poder a todo o custo.
“O fim do bipolarismo e a apregoada nova ordem internacional, ao contrário do que alguns previam, não contribuíram para a resolução pacífica dos conflitos que continuam a provocar milhões de mortos e mutilados um pouco por todo o mundo e a impedir que muitas pessoas vivam em condições mínimas de dignidade. Ruanda, Sudão, Kosovo, Tetchénia, Argélia, Colômbia, Angola, Médio Oriente, Afeganistão, Iraque são algumas regiões do mundo onde o absurdo da guerra se manifestou recentemente e, em alguns casos, continua a manifestar.”
(O documento, em oito pontos, está disponível aqui na íntegra)

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