Mahatma Gandhi (foto reproduzida
daqui)
Um dia depois de um episódio de
violência numa escola da Nazaré, que resultou na morte de um dos envolvidos, assinalou-se esta terça-feira o
Dia Internacional da Não Violência e da Paz na Escola, comemorando assim a data
em que Mahatma Gandhi, o líder da luta pacífica pela independência da Índia,
foi morto no seu país, em 1948.
Na TSF, uma reportagem do
jornalista Miguel Midões com sonoplastia de Paulo Jorge Guerreiro, trouxe à
antena o caso do Agrupamento Escolar de Oliveira do Bairro, que promoveu um
conjunto de iniciativas para assinalar a data.
Um dos dados revelados na
reportagem é que a violência acontece cada vez mais cedo na vida das crianças e
jovens; por isso se torna importante que se comece pelos mais novos a incutir o
sentido da não-violência.
O tema da não-violência teve, assim, uma oportunidade rara para
ser discutido no país, já que uma questão pouco presente no debate público. Um
dos últimos contributos para a reflexão sobre o mesmo foi o texto elaborado
pelo Metanoia – Movimento Católico de Profissionais, em 2002, na sequência de
um processo de reflexão que contou com diversos contributos, incluindo de
pessoas de outras religiões.
O texto, com o título Proposta para uma Cultura da Não-Violência
começa por verificar, nos seus dois primeiros parágrafos:
“No início do terceiro milénio a
violência continua a ser uma constante na história da humanidade. Muitos são os
motivos que alimentam as guerras: diferenças religiosas e/ou culturais,
conflitos ideológicos e políticos, reivindicações territoriais, acesso a
recursos naturais, a dinâmica própria dos interesses específicos do binómio
sistema militar/indústria do armamento, o desejo de poder a todo o custo.
“O fim do bipolarismo e a
apregoada nova ordem internacional, ao contrário do que alguns previam, não
contribuíram para a resolução pacífica dos conflitos que continuam a provocar
milhões de mortos e mutilados um pouco por todo o mundo e a impedir que muitas
pessoas vivam em condições mínimas de dignidade. Ruanda, Sudão, Kosovo,
Tetchénia, Argélia, Colômbia, Angola, Médio Oriente, Afeganistão, Iraque são
algumas regiões do mundo onde o absurdo da guerra se
manifestou recentemente e, em alguns casos, continua a manifestar.”
(O documento, em oito pontos, está
disponível aqui na íntegra)
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