Pierre Bühler (Foto
© Tiago Miranda, reproduzida daqui)
Nascido em 1950, o suíço Pierre Bühler é
professor emérito de teologia da Universidade de Zurique e um dos mais
importantes especialistas europeus em Lutero. Esteve em Lisboa em Novembro, no
congresso internacional que assinalou os 500 anos do início da Reforma
protestante. No dia em que os cristãos assinalam o final da semana pela unidade
(cujo início, dia 18, foi aqui evocado),
fica a leitura de Pierre Bühler sobre o contributo de Lutero.
“Para Lutero, a liberdade é, antes
de mais, ser libertado, para ser livre”, diz Pierre Bühler. O iniciador da Reforma só queria uma Igreja
renovada, mas a excomunhão decretada pelo Papa levou-o a imaginar uma nova
Igreja. “Nesse sentido, foi a autoridade católica que provocou a ruptura, não
os reformadores.”
Houve jovens católicos a boicotar cerimónias evocativas da Reforma. O
que falta ao diálogo ecuménico para ultrapassar tal intolerância?
– Esses grupos devem ser uma
reacção integrista à separação das confissões. Por vezes, do lado católico,
ouve-se que a separação deveria ser confessada como um erro... É a primeira vez
que temos um centenário da Reforma celebrado em conjunto. Mas, em ambos os
lados, há movimentos integristas que vivem ainda na oposição entre católicos e
protestantes. Mas também há jovens católicos muito interessados no diálogo
ecuménico com os protestantes.
A busca de Lutero e dos outros
reformadores visava sobretudo a unidade: os reformadores nunca quiseram uma
nova Igreja, eles queriam reformar a Igreja tal como ela era. Foi só porque
houve uma excomunhão que Lutero teve de imaginar uma nova Igreja. Ele queria
viver na Igreja como ela era, mas renovada. Nesse sentido, foi a autoridade
católica que provocou a ruptura, não os reformadores.
(A entrevista pode ser lida aqui na íntegra)
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