Um olhar fixo, um
coração e um peito que batem forte. Foi assim sábado passado, com Emma
Gonzalez, a adolescente que se tornou o rosto da revolta dos estudantes do seu
país contra o lóbi das armas e as sucessivas matanças nos Estados Unidos.
Durante os sete
minutos em que Emma se dirigiu às centenas de milhares de pessoas que a escutavam
na “Marcha pelas Nossas Vidas”, em Washington, Emma começou por evocar os nomes
de todos os seus 17 colegas e amigos que foram mortos na escola de Parkland, no
sul do estado da Florida, a 14 de Fevereiro (e incluindo três professores e
funcionários): Carmen Schentrup (16 anos), Aaron Feis (37), Alex Schachter (14),
Scott Beigel (35), Helen Ramsay (17), Gina Montalto (14), Joaquin Oliver (17),
Alaina Petty (14), Cara Loughran (14), Chris Hixon (49), Luke Hoyer (15),
Nicholas Dworet (17), Martin Duque Anguiano (14), Peter Wang (15), Alyssa
Alhadeff (14), Jaime Guttenberg (14), Meadow Pollack (18) nunca mais poderão
estar com os seus amigos.
Depois, uns longos
4’25” – quatro minutos e vinte se cinco segundos – foram feitos de silêncio. Um
silêncio perturbador, que olha de frente políticos criminosos. Um silêncio
apenas quebrado pela comoção de alguns, incapazes de conter lágrimas, aplausos
ou o grito de “nunca mais”. Seis minutos e vinte segundos – 6’20” – depois de
chegar ao palco – o mesmo tempo que durou o tiroteio na escola Stoneman Douglas –, Emma recordou que o
atirador ainda circulou durante uma hora, antes de ser detido. “Todos os que lá
estavam compreendem; todos os que foram tocados pelo aperto frio das armas
compreendem...”
E conclui o som do seu
silêncio, afirmando: Lutem pelas vossa vidas, antes que o trabalho seja feito
por outra pessoa.”
(Neste caso, a frase
correcta é: o vídeo DEVE SER VISTO nesta ligação; nesta outra, pode ler-se, em inglês, uma reportagem sobre a Marcha; e, claro, Emma traz-nos à memória uma canção que nos fala também de tantas coisas que pode o silêncio fazer:
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