Crónicas
Ilustração de Bernadette Lopez (Berna), reproduzida daqui
Duas crónicas sobre os textos da liturgia católica deste 3º Domingo da Quaresma, dia 4 de Março. No Público, frei Bento Domingues escreve sobre A hipocrisia e as confusões da Quaresma:
A liturgia deste
Domingo, terceiro da Quaresma, está centrada na indignação e na revolta de
Jesus contra a religião transformada em negócio. Subiu a Jerusalém e encontrou
no templo os vendedores de bois, de ovelhas, de pombas e os cambistas sentados
às bancas. Tudo o que era preciso para um culto bastante caro de judeus que
vinham para a Páscoa, de todo o lado. Conta S. João que “Jesus fez um chicote
de cordas e expulsou-os todos do Templo, com as ovelhas e os bois; deitou por
terra o dinheiro dos cambistas, derrubou-lhes as mesas e disse aos que vendiam
pombas: tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio.”
(texto para ler aqui na íntegra)
No jornal do patriarcado de Lisboa, o padre Vítor
Gonçalves escreve sobre Encontros e desencontros:
Todo o judeu adulto
devia ir, pelo menos uma vez na vida, ao Templo, e multidões afluíam a
Jerusalém na altura da Páscoa. Também nele existia um átrio dos gentios,
adoradores de Deus não submetidos às leis do judaísmo. Foi daí que Jesus
expulsou vendedores e cambistas, recusando a transformação da “casa de oração
do Pai” em “casa de comércio”. Não se pode encontrar o Pai em nenhum lugar onde
o dinheiro é adorado; em nenhum coração que a ele se vende, em nenhuma vida
escravizada pela ganância. A felicidade que o dinheiro promete tem o sabor
amargo da tentação da serpente: “desencontra-nos” de Deus, de nós próprios, dos
outros, e da própria vida!
(texto para ler aqui na íntegra)
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