Damasco, Síria.
(Foto do padre Gonçalo
Castro Fonseca, reproduzida daqui)
A guerra na Síria
tem merecido uma condenação generalizada das opiniões públicas, insuficiente,
no entanto, para pôr um ponto final nos massacres de populações civis, na
destruição do país e na tragédia que se abateu sobre uma cultura rica e
diversificada.
Quarta-feira, o Papa
Francisco voltou a referir-se ao drama que se vive em Ghouta Oriental, depois de
domingo passado ter condenado a violência e os massacres (notícia e vídeo aqui)
Também o secretário-geral
do Conselho Ecuménico das Igrejas, Olav Tveit, afirmou no início desta semana que
“o mundo dever assegurar que o povo da Síria possa agora ver o fim destes actos
de guerra e condições inumanas” (notícia mais completa aqui, em castelhano)
O padre jesuíta
Gonçalo Castro Fonseca, a trabalhar no Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), em
Damasco, a capital da Síria, conta no seu blogue como são vividos estes dias de
bombardeamentos e massacres da população civil:
“Atravessar a porta
do encontro, neste médio oriente, tem-me transformado a partir das entranhas
porque mais e mais sinto que o meu coração é visitado por um Amor que me
ultrapassa. Não falo de Cristo, não faço homilias (o meu árabe não chega para
tanto), não dou retiros, mas a experiência de Deus Encarnado nos meus
amanheceres e entardeceres levam-me a lugares que nunca pensei que pudesse
algum dia conhecer.
Neste momento
estamos numa espécie de pausa, por um lado por proteção, por outro por impotência,
quebrada pontualmente por alguma emergência que está ao nosso alcance
responder. Rezamos. Como tantos, também nós aguardamos impotentes um desfecho,
sem vislumbrar qual ou quando. Também eu assisto no noticiário o que vai
acontecendo, mas mais perto, muito perto; perto porque conheço as ruas, conheço
e amo os que sofrem, sei os seus nomes e tenho as suas vidas no meu abraço;
perto porque é ali do outro lado da Porta do Oriente.”
(o texto completo
pode ser lido aqui)
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