Em
matérias de ciência a Igreja deve ouvir as pessoas da ciência e não ter medo de
debater, “com serenidade”. No debate sobre Um
novo Papa, uma nova Igreja?, realizado a 26 de Março, em Lisboa, Isabel
Galriça Neto, médica de cuidados paliativos, considerou que, “sobre questões do discurso moral, é preciso não ter
receio de debater não numa lógica de combate, mas de enriquecimento e de
partilha”.
A
também deputada respondia deste modo a uma pergunta sobre as posições do Papa
Francisco no campo da moral, que mantêm a doutrina tradicional da Igreja, mas
que afirmam a disponibilidade para o diálogo. Ao mesmo tempo, enquanto cardeal,
Jorge Mario Bergoglio advertiu um padre que não queria baptizar crianças nascidas
fora do casamento, o que pode indiciar uma atitude de maior acolhimento às
situações concretas das pessoas.
A
resposta de Isabel Galriça Neto pode ser vista aqui:
Igreja
deve ir onde ninguém chega
A
Igreja tem que ir às periferias, às fronteiras, às zonas onde ninguém chega,
disse o padre Alberto Brito, provincial dos jesuítas portugueses, no mesmo
debate. Foi isso que fez o actual Papa, quando era arcebispo em Buenos Aires,
exemplificou Alberto Brito, respondendo a uma pergunta sobre se a eleição do
Papa Francisco significa ou não que a periferia da Igreja foi colocada no
centro.
“Digo
a fronteira social, da pobreza, das pessoas que se dizem agnósticas, ateias ou
indiferentes, é aí que a Igreja precisa de ir”, acrescentou o padre Alberto
Brito.
Sobre
a renúncia de Bento XVI, o provincial jesuíta disse que o agora Papa emérito
“não deu oportunidade a que houvesse doença prolongada”, como tinha acontecido
com João Paulo II. “Ainda bem que há espaço para gestos destes”, acrescentou.
Humildade, acolhimento e pluralidade
Frei Fernando Ventura recordou entretanto, a propósito dos primeiros gestos do Papa Francisco, a atitude de Jesus que se põe de joelhos e
lava os pés aos discípulos em jeito de humildade e acolhimento.
Teresa Toldy acrescentou que o cristianismo foi sempre constituído, desde o início, por experiências
plurais. “O problema é quando não se aceita o pluralismo e tudo o que seja
pensamento diferente é entendido como ruptura”.
A mesma teóloga e professora universitária disse ainda que o Papa Francisco tem algumas coisas que a “assustam”, mas que ela porá entre parêntesis “se ele conseguir dar voz à pobreza”. Isso é mais importante que “as teologias feministas ou a ordenação de mulheres”.
A mesma teóloga e professora universitária disse ainda que o Papa Francisco tem algumas coisas que a “assustam”, mas que ela porá entre parêntesis “se ele conseguir dar voz à pobreza”. Isso é mais importante que “as teologias feministas ou a ordenação de mulheres”.
Num
outro momento do debate, o padre Alberto Brito afirmou, a propósito das expectativas e do programa deste novo pontificado, que o Papa deve “ouvir,
escutar, compreender e depois falar”.
(Os vídeos foram cedidos pela agência Ecclesia; aqui pode ver-se a série completa deste debate)
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