O
Papa Francisco tem uma forma de comunicação não-verbal muito rica e, não
dizendo nada, foi falando. A consideração é de Isabel Galriça Neto, deputada do
CDS-PP e médica especializada em cuidados paliativos, durante o debate sobre Um novo Papa, uma nova Igreja, realizado
no dia 26 de Março, em Lisboa.
Os
sinais que o Papa Francisco já deu e que Isabel Galriça Neto não quer “reduzir”
a pormenores como os sapatos ou a cruz – mesmo se estes já são “reveladores” –
traduzem um “carisma, que gera expectativa” e “seriam preocupantes se não
fossem para além do acessório”. O Papa tem densidade nas coisas que já foi
dizendo nestes primeiros tempos, “foi já falando para além do acessório”.
Ideias
importantes que a médica destaca nas afirmações do Papa são, por exemplo, a de
que a Igreja não deve confundir-se com uma ONG [Organização Não-Governamental]
caritativa. Mas a médica fica “feliz” também com os sinais de despojamento no
exercício do poder ou por ter ouvido o Papa falar da necessidade de contrariar
o desânimo – “tenho na minha vida a reflexão sobre o desânimo”, disse a médica.
Isabel
Galriça Neto afirmou ainda esperar que o Papa invista em questões como o
diálogo inter-religioso e o diálogo com as ciências e que os crentes não sejam
“obstáculo à acção do Espírito Santo” e rezem “por este Papa para ele fazer o
que é preciso fazer”. E acrescentou: “Pessoalmente, eu desejaria que [o Papa] possa
trazer luz aquilo que os cristãos devem fazer com o quotidiano; o que é que,
pelo facto de serem cristãos, podem e devem fazer como diferente.”
A
intervenção no debate pode ser vista na íntegra a seguir (vídeo da agência
Ecclesia)
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