“É
complexa a reforma de uma realidade tão vasta” como a Igreja Católica, disse o
padre Alberto Brito, provincial da Companhia de Jesus em Portugal, no debate Um novo Papa, uma nova Igreja?, realizado a 26 de Março, em Lisboa.
O
responsável dos jesuítas em Portugal diz que não acredita “na renovação da
Igreja feita a partir de um decreto”, mas antes concretizada a partir do modo
como o Papa Francisco se colocou, logo na primeira aparição pública: “O bispo e
o povo, todos juntos para o bem da Igreja e do mundo.”
“Uma
Igreja distante” das pessoas “não tem sentido”, acrescentou Alberto Brito, que
acrescentou: “Talvez o maior problema do cristianismo [seja] a separação entre
oração e acção, entre vida e fé”.
Considerando
que a escolha de nome do Papa é significativa sobre o que ele pretende da sua
missão, o provincial dos jesuítas disse que, quer na história de Francisco de
Assis, quer na de outros grandes vultos do cristianismo, há uma tripla dimensão
que está presente: “Carisma, autoridade, missão.”
O
carisma mostra “uma fonte, um rosto que é Deus”; a autoridade existe na medida
“em que vela pelo conjunto”, porque as normas “são precisas mas no cristianismo
a norma não pode ser um absoluto”; e a missão é “o serviço, o bem de outros”. “Uma
força inspiradora que se diga muito carismática sem ser confirmada pela
autoridade e sem ser posta ao serviço, é anárquica. Uma autoridade que se
julgue finalidade em si própria, vira autoritarismo. E uma missão [que não
esteja inspirada] pelo carisma vira um activismo desenfreado”, acrescentou.
Alberto
Brito referiu ainda que, “para além da simplicidade, da proximidade, da
radicalidade” com que o Papa apareceu, da forma como afirmou a opção pelos
pobres e dos gestos que já protagonizou, ficou impressionado com a “reacção” de
cristãos e não-cristãos à escolha, às palavras e gestos do Papa Francisco. “Não
será sinal de que há uma sede maior do que parece?”
A
intervenção completa pode ser vista aqui (vídeo cedido pela agência Ecclesia):
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