terça-feira, 16 de abril de 2013

Perspectivas sobre o novo pontificado (6) - Reforma da Igreja é complexa, diz padre Alberto Brito


“É complexa a reforma de uma realidade tão vasta” como a Igreja Católica, disse o padre Alberto Brito, provincial da Companhia de Jesus em Portugal, no debate Um novo Papa, uma nova Igreja?, realizado a 26 de Março, em Lisboa.
O responsável dos jesuítas em Portugal diz que não acredita “na renovação da Igreja feita a partir de um decreto”, mas antes concretizada a partir do modo como o Papa Francisco se colocou, logo na primeira aparição pública: “O bispo e o povo, todos juntos para o bem da Igreja e do mundo.”
“Uma Igreja distante” das pessoas “não tem sentido”, acrescentou Alberto Brito, que acrescentou: “Talvez o maior problema do cristianismo [seja] a separação entre oração e acção, entre vida e fé”.
Considerando que a escolha de nome do Papa é significativa sobre o que ele pretende da sua missão, o provincial dos jesuítas disse que, quer na história de Francisco de Assis, quer na de outros grandes vultos do cristianismo, há uma tripla dimensão que está presente: “Carisma, autoridade, missão.”
O carisma mostra “uma fonte, um rosto que é Deus”; a autoridade existe na medida “em que vela pelo conjunto”, porque as normas “são precisas mas no cristianismo a norma não pode ser um absoluto”; e a missão é “o serviço, o bem de outros”. “Uma força inspiradora que se diga muito carismática sem ser confirmada pela autoridade e sem ser posta ao serviço, é anárquica. Uma autoridade que se julgue finalidade em si própria, vira autoritarismo. E uma missão [que não esteja inspirada] pelo carisma vira um activismo desenfreado”, acrescentou.
Alberto Brito referiu ainda que, “para além da simplicidade, da proximidade, da radicalidade” com que o Papa apareceu, da forma como afirmou a opção pelos pobres e dos gestos que já protagonizou, ficou impressionado com a “reacção” de cristãos e não-cristãos à escolha, às palavras e gestos do Papa Francisco. “Não será sinal de que há uma sede maior do que parece?”
A intervenção completa pode ser vista aqui (vídeo cedido pela agência Ecclesia): 




Sem comentários: