terça-feira, 7 de maio de 2013

A Igreja: como um animal a sair da hibernação


A revista católica inglesa The Tablet utilizava há dias a metáfora da hibernação para ilustrar a esperança suscitada pela eleição e primeiros passos do Papa Francisco.
Numa nota editorial a revista observa que "sob o novo Papa, a Igreja Católica começa a sentir-se como um animal que acorda da hibernação, a piscar os olhos à luz do sol e à procura de novas pastagens".
E elenca alguns dos "sinais deste despertar" que começam, segundo ela, a ver-se "um pouco por todo o mundo":

  • "Alguns bispos alemães estão interessados ​​na possibilidade de as mulheres serem admitidas a um diaconato especial, como um passo para diluir o perfil fortemente masculino do ministério católico. A ideia precisa de ser aprofundada, sem pôr de lado a possibilidade suscitada recentemente pelo cardeal Timothy Dolan, de New York, de as mulheres poderem vir a ser nomeadas cardeais, visto o barrete vermelho não ter de ser necessariamente atribuído a membros do clero. Como as Epístolas de São Paulo mostram claramente, as posições de liderança na Igreja podem, em princípio, ser tão abertas para as mulheres como para os homens. Parecia exagero dizer tal coisa nos últimos dias de pontificado do Papa Bento XVI. Mas um papa que lava os pés de mulheres na Quinta-feira Santa e é, em muitos aspectos, tão diferente dos seus dois antecessores imediatos, parece capaz de fazer o que antes era quase impensável. E nem é apenas o que ele próprio faz que vai mudar a Igreja, mas o modo como as pessoas reagem a ele e às oportunidades que definem esta nova era franciscana."
  • " (...) Os líderes da igreja anglicana, que tinham chegado com tristeza à conclusão de que nenhum progresso rumo à unidade visível com a Igreja Católica era provável, fizeram já notar que a mudança no estilo em Roma poderia recolocar a união orgânica de novo na agenda. O diálogo teológico internacional anglicano-católico  está prestes a ser retomado, e a questão do modo como as duas Igrejas tomam decisões em assuntos controversos é central. No anglicanismo a voz dos leigos tem um direito efetivo a ser ouvida; no sistema católico este direito é puramente teórico. Para seu próprio bem, e também por causa do processo ecuménico, a Igreja Católica precisa de fazer crescer estruturas de diálogo com o seu próprio laicado - no sentido de uma escuta genuína, e uma genuína perspectiva de responder."

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