Amanhã,
sábado, dia 25, decorre em Lisboa um encontro com o título “Celebrando a
revolução de João XXIII”. Promovido pelo Movimento Internacional Nós Somos
Igreja – Portugal, o encontro tem o seguinte programa:
15h30
– O mundo inteiro é a minha família: o percurso de João XXIII nos seus
testamentos (frei Bento Domingues, O.P.); Contexto histórico da eleição de João
XXIII (Irene Flunser Pimentel)
17h
– Quem foi João XXIII (frei Mateus Cardoso Peres, O.P.); A importância de João
XXIII para a entrada da Igreja na modernidade (Fernanda Henriques).
18h15
– Celebração eucarística
Ambos
os painéis são moderados por Alfreda Fonseca; a
iniciativa decorre no Convento de São Domingos de Lisboa (R. João Freitas
Branco, 12; metro Alto dos Moinhos).
A
propósito do dia de Pentecostes (que se assinalava domingo passado) e de João
XXIII, escreveu frei Bento na sua crónica do Público de dia 19, com o título
Celebrar a subversão:
No século XX, João XXIII percebeu que sem um
concílio ecuménico não haveria aggiornamento possível. Uma igreja,
mesmo numerosa, pode tornar-se um ghetto. Fala, mas não vê nem
ouve. Exclui.
O mundo não parou em 1965. Para se tornar católica,
a Igreja no seu devir na história humana, tem de rever, continuamente, as suas
posições. Não pode dizer que não há alternativas. As configurações actuais dos
ministérios ordenados, já não correspondem ao que deles se deve exigir, para
estarem abertos às surpresas do Espírito de Cristo, que não é exclusivo dos
homens. A exigência desta mudança e da reforma da Cúria estão interligadas.
O tema do Pentecostes, que era o dia litúrgico no
domingo passado, foi o objecto da crónica de Vítor Gonçalves, na Voz da Verdade,
que escreveu uma Carta ao Espírito Santo:
És Espírito de
unidade, e bem sabes como inventamos mil muros de separação, e falamos mais de
amor e perdão do que vivemos. O que nasce como serviço tantas vezes se
transforma em poder, o que nos dizes no coração traduzimos em discursos que nos
distanciam. Precisamos da tua comunicabilidade, para não julgar pelas
aparências, e sarar as feridas da história. Como ultrapassar o egoísmo que
aprisiona e se alimenta de repetições vazias, e comprometermo-nos com a
comunhão que só as diferenças acolhidas podem realizar?
(foto: João XXIII; reproduzida daqui)
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