Agenda/Música
Há
um modo português de cantar a Paixão? Hoje, às 18h, o musicólogo José Maria
Pedrosa Cardoso irá explicar que sim, numa conferência na Biblioteca Nacional
de Portugal, em Lisboa. Será uma das iniciativas ligadas à mostra Os Tons da Paixão – A singularidade
portuguesa nas colecções da BNP, que pode ser vista até 30 de Abril, na
Sala de Referência da Biblioteca.
Amanhã,
sexta, também às 18h, será apresentado o livro O Passionário Polifónico de Guimarães, em edição fac-similada (ed. Sociedade
Martins Sarmento), numa sessão que conta com a participação de Manuel Pedro Ferreira, Paulo Vieira de Castro
e Eduardo Magalhães. A edição é acompanhada
de um estudo do mesmo e da transcrição musical (feita por Pedrosa Cardoso) e de
um DVD com a interpretação musical dos Voces Caelestes, dirigido por Sérgio
Fontão), que também executarão na BNP alguns excertos do Passionário. Hoje e amanhã, sempre às 17h, haverá visitas guiadas à
exposição, mediante inscrição prévia.
Na
exposição, pode ver-se o Passionarium
secundum ritum capelle regis Lustania (Lisboa, 1543), “um dos
primeiros livros de música impressa em Portugal em que o próprio autor, Diogo
Fernandes Formoso, declara ter seguido ordem do rei no sentido de unificar o
canto da Paixão segundo códices então vigentes”, como explica Pedrosa Cardoso
na folha de sala da mostra.
O
investigador acrescenta que podem encontrar-se ainda evidências do modelo
português “em mais dois impressos quinhentistas”, da autoria do padre Manuel
Cardoso e de frei Estêvão de Cristo. Vários manuais litúrgicos do séc. XVII,
acrescenta, “comprovam a prática uniforme do canto da Paixão em Portugal até à importação
dos modelos do cantochão romano operada por ordem de D. João V”.
O Passionário Polifónico de
Guimarães “contém a
música monódica e polifónica do canto da Paixão, tal como se executava na
segunda metade do século XVI no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em que a
Semana Santa era solenemente celebrada”, de acordo com a informação da BNP.
A
música recolhida neste Passionário inclui, além do cantochão das paixões dos
quatro evangelhos canónicos, o pregão pascal e as lições de Matinas, e ainda
algumas frases em polifonia nas Paixões do Domingo de Ramos (S. Mateus) e de
Sexta-Feira Santa (S. João).
Os Tons da Paixão: a
singularidade portuguesa nas colecções da BNP
Sala
de Referência, 3-30 Abril, entrada livre
Visitas guiadas – 10 e 11 de Abril, 17h, mediante marcação
prévia
Hoje,
às 18h – Conferência Os tons da
Paixão: a singularidade portuguesa – José M. Pedrosa Cardoso
Sexta,
dia 11, às 18h – Apresentação do
livro O Passionário Polifónico de
Guimarães, com Manuel Pedro Ferreira, Paulo Vieira de Castro e Eduardo
Magalhães e Coro Voces Caelestes
(mais
informações aqui)
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