A
abstenção nas eleições europeias é “preocupante” e o campo deixado aberto por
ela “geralmente é tomado por forças extremistas” que neste momento “são muito
xenófobas, nada amigas de estrangeiros nem de gente pobre, cuja pobreza muitas
vezes foi da responsabilidade europeia” – são afirmações de D. Manuel Clemente,
patriarca de Lisboa, numa entrevista ao jornalista Manuel Vilas Boas.
Na conversa,
Manuel Clemente passa em revista memórias pessoais do seu antecessor, dizendo
que os documentos do episcopado onde se trata da relação da Igreja com a
sociedade têm “normalmente a mão de José Policarpo”.
Sobre
a actual situação portuguesa, o patriarca afirma que só graças às instituições
sociais no terreno “as circunstâncias são menos gravosas” para muitas pessoas.
E admite que chamou a atenção de diversos responsáveis para a necessidade de a troika financeira que negociou com
Portugal falar com as instituições sociais: “Se calhar não ouviu tanto quanto
devia”, diz.
O
patriarca diz ainda que prefere a internacionalização da Cúria decidida pelo
Papa Francisco a ter sido já nomeado cardeal no consistório de Fevereiro.
A
entrevista pode ser ouvida na íntegra no site da TSF.
No
JN, há hoje uma entrevista do novo bispo do Porto. D. António Francisco Santos diz
que Portugal precisa de uma mais justa distribuição dos sacrifícios forçados
pela crise e pela austeridade. “Custa-me que a austeridade pese sobre os mais
frágeis”, diz, acrescentando: “Precisamos de nos educar todos para a
sobriedade; não só os pobres, mas aqueles que usufruem ordenados superiores ao
necessário ou ao justo, esses deviam ter o sentido da sobriedade para partilhar
com os que não têm.”
António
Francisco dos Santos acrescenta: “Temo que alguns tenham sido sacrificados sem
a justiça ser aplicada; há alguns que mais sofrem e outros que aparentemente
menos têm sentido o peso da austeridade.”
Para
já, na internet, está disponível apenas um excerto da entrevista em vídeo, que
pode ser visto aqui.
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