Comunidades religiosas italianas
ecoaram fortemente o apelo do Papa para abrirem instalações em desuso a quem
precisa
A Europa só crescerá na medida em
que for capaz de acolher as pessoas que a procuram, afirmou o patriarca de
Lisboa, D. Manuel Clemente, numa conferência de imprensa segunda-feira, em
Taizé. O cardeal-patriarca de Lisboa está
em Taizé, a comunidade ecuménica de monges, acompanhando meia centena de jovens
do patriarcado.
Durante esta semana, decorre em
Taizé o encontro Por uma Nova Solidariedade, que assinala os 100 anos do
nascimento do irmão Roger, fundador de Taizé, e os 10 anos da sua morte (16 de
Agosto de 2005) e os 75 anos da sua chegada à aldeia para fundar a comunidade,
que reúne monges católicos e protestantes.
Carlotta Carpi, responsável do JRS
(Serviço Jesuíta aos Refugiados) afirmou à ECCLESIA que o apelo do Papa Francisco, para que as congregações e ordens
religiosas ponham à disposição dos refugiados, pobres e migrantes instalações
menos utilizadas, teve eco em Itália: “Várias comunidades contactaram o JRS
[Serviço Jesuíta aos Refugiados] para oferecer disponibilidade de quartos ou de
instalações que já não utilizavam.”
Carlotta Carpi, que participa
também nesta semana especial em Taizé, acrescenta que, em Itália, o apelo
do Papa levou as comunidades a questionar-se fortemente.
O JRS está agora a iniciar um
projecto para o segundo acolhimento; ou seja, pessoas que já têm uma ténue
forma de integração social, são acolhidas em centros especiais, pagando uma
renda simbólica.
“O acolhimento a refugiados, em
Itália, é muito limitado.” Por isso, este projecto adquire ainda mais
importância, acrescenta aquela responsável.
Recuando dois anos no tempo,
Carlotta Carpi diz que a viagem do Papa à ilha de Lampedusa, onde chegam muitos
refugiados vindos da costa africana, “deu motivação às pessoas do lugar para se
organizarem”. E deu também, a muita gente, a consciência da importância de
acolher refugiados que chegam.
O problema da chegada de
imigrantes à Europa deve ser resolvido pelos políticos mas também pelos povos
europeus, disse D. Manuel Clemente, na segunda-feira, na mesma conferencia de
imprensa.
Perante jornalistas de diferentes
países – entre os quais, Polónia, França ou Holanda– o patriarca acrescentou
que, para Portugal, a questão das migrações não é de hoje, mas de sempre. Mas,
admitiu, se os imigrantes estão bem integrados, também há quem tenha “medo” de que
eles venham “roubar” o emprego.
“A Igreja também contribui, nas
paróquias da periferia de Lisboa, para os integrar na vida das comunidades ou
na catequese”, acrescentou D. Manuel.
Sem comentários:
Enviar um comentário