D.
António Ferreira Gomes, bispo do Porto entre 1952 e 1982, ficou conhecido pela
sua carta a Salazar, que se tornou um emblema dos católicos que criticavam o
Estado Novo e de outros sectores da oposição. Mas uma carta de D. António
rejeitou, logo em 1958, qualquer tipo de aproveitamento. Um documento inédito, referenciado
pelo investigador José Barreto e que divulguei no Público a 22 de Abril de
1999, confirmava a “acostumada postura direita do bispo”. Um texto que o jornal
católico de então não divulgou e que a censura do regime também cortou.
(as
partes do texto sobre os padres Américo Aguiar, Adriano Botelho e Alberto Neto
reproduzem artigos que publicados no Público em 14 de Abril de 1994)
D. António Ferreira Gomes com o Papa João Paulo II
(foto reproduzida daqui)
O
antigo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, demarcou-se publicamente do
aproveitamento e da divulgação que a oposição a Salazar e ao Estado Novo fizera
do “pró-memória” dirigido pelo bispo ao ditador. Numa carta dirigida ao
arquitecto Artur Vieira de Andrade, responsável pela campanha da candidatura de
Humberto Delgado às eleições presidenciais de 1958, D. António diz que, perante
um “progressivo clima de densa confusão política que atingiu indevida mas
gravemente a integridade doutrinal da Igreja e a sua independência temporal,
com perigosos reflexos na desorientação de muitos católicos e no escândalo de
outros”, se sentia na necessidade de “esclarecer doutrinas e definir posições”
que relevavam da sua responsabilidade episcopal.
O
documento foi referido por José Barreto, do Instituto de Ciências Sociais
(ICS), no colóquio realizado em Lisboa, em Setembro último, sobre a figura de
D. António Ferreira Gomes. Barreto anotou que ainda não viu o texto da carta
publicado. É a cópia do documento, cedida pelo investigador, que aqui se divulga.
A
“carta ao arquitecto”, datada de 12 de Setembro de 1958, era uma resposta a um
pedido de audiência de Artur de Andrade, enquanto coordenador da candidatura de
Delgado e representante pessoal do “general sem medo”. Um pedido que foi
recusado por D. António Ferreira Gomes considerar que havia leituras mais
perversas do memorando que escrevera a Salazar: “Que afirmações claras e
intransigentes de independência política, professadas na definição do
pensamento sociológico da Igreja, sejam tomadas como um outro compromisso
temporal e adesão a qualquer parcialidade é tentativa que não pode passar sem o
meu formal protesto.”
Uma
afirmação que, na opinião de José Barreto, demonstra a tentativa do bispo de,
“sem qualquer quebra da sua dignidade episcopal, demarcar-se publicamente do
aproveitamento e da divulgação do seu escrito pela oposição”.
Uma
retractação? Para o investigador do ICS, “não havia ali retractação de espécie
alguma, mas tão somente a acostumada postura direita do bispo do Porto, bem
como a reafirmação corajosa do seu pensamento.” A comprovar esta leitura, está
o facto de o diário católico de então, as “Novidades”, não ter publicado a
carta. E a própria Comissão de Censura cortou a possibilidade de o texto sair
num boletim paroquial.
Depois
desta carta escrita, houve várias movimentações entre o triângulo Salazar,
Vaticano e D. António. O ditador tentou, através dos canais diplomáticos, que a
Santa Sé demitisse o bispo do Porto. O arcebispo D. José da Costa Nunes, antigo
patriarca da Índia, escreveu uma carta que D. António aceitou assinar, dirigida
a Salazar, que “esboçava uma espécie de retractação” do bispo, “mas que acabava
por não o ser nem claramente nem suficientemente”.
A
assinatura foi uma espécie de “humilhação”, considera José Barreto, mas o bispo
aceitou porque pensou que estaria a cumprir instruções da Santa Sé. Mas nem o
bispo assumiu a assinatura convictamente, nem Salazar (previamente informado da
diligência) acreditava no seu resultado, porque estava “apostado em pedir a
retirada” de D. António.
D.
José da Costa Nunes é, aliás, uma personagem importante neste triângulo. Com um
lugar pouco relevante na Cúria Romana, acabou por ser ele, enquanto enviado do
Papa João XXIII, a conseguir que D. António Ferreira Gomes saísse do país em
gozo de férias. Costa Nunes disse mais tarde, conta José Barreto, que “foi
enganado por Salazar”, que apenas teria dito que só queria que D. António
saísse por uns tempos. Nenhum dos seus interlocutores acreditou nessa “lenda” e
D. António acabou exilado dez anos.
Um
exílio motivado, afinal, pela famosa carta-memorando de Julho de 1958, em que
D. António manifestava o desejo de ver os católicos organizar-se politicamente,
“adoptando o programa ou os programas (no plural) que muito bem entendessem”.
José Barreto considera que o bispo do Porto invertera a tradicional “chantagem
com o papão antireligioso, usado para assustar os portugueses à boca das urnas,
elas próprias sempre viciadas”. E que, com a sua carta, manifestava o receio de
que os católicos “fossem sorvidos por esse processo de radicalização e captados
facilmente por organizações marxistas”, um receio “perfeitamente realista”,
porque D. António estava atento à realidade social e política e conhecia o
poder de atracção dos comunistas sobre os jovens.
A
“acostumada postura direita do bispo do Porto” revelar-se-ia de novo depois do
25 de Abril. Perante a acusação feita a D. António de que ele ajudara à
instabilidade que se viveu em 1975, o bispo respondeu: “Há quem me atribua os
males da revolução. [Mas] é o imobilismo do Estado que determina a corrida a
corta-mato da Revolução.”
Estátua de D. António no Porto
Quatro
décadas e rupturas várias
A
ruptura dos católicos com o regime do Estado Novo começou por ser individual e
só com o correr dos anos se foi alargando a grupos e instituições. Os primeiros
a romper com o Estado Novo fizeram-no ainda nas décadas de 30 e 40, mas só nos
anos 60 a contestação passou a ser organizada, dando mesmo origem a tendências
e estratégias diferentes.
Manuel
Tiago Martins, 61 anos, antigo pároco de Tremez (Santarém) e actualmente
professor do ensino secundário, caracteriza três grandes momentos na oposição
católica ao regime do Estado Novo, simbolizados em anos com a mesma terminação:
1948, 58 e 68.
Em
1948 – o ano das eleições a que concorreu o MUD, Movimento de Unidade
Democrática – foi o padre Abel Varzim uma das primeiras figuras a romper.
Antigo adepto do regime, chegou a ser eleito deputado, mas entrou depois em
conflito com o Estado Novo. Um ano antes, o padre Manuel Rocha, companheiro de
Abel Varzim na Acção Católica, tinha-se auto-exilado para os Estados Unidos. E
em 1946 já Salazar tinha também pressionado o exílio do padre Joaquim Alves
Correia, dos Missionários Espiritanos. Neste caso, a razão imediata foi um
texto intitulado “O mal e a caramunha”, que protestava contra as autoridades do
regime, “que faziam propaganda do ódio, acusando de crimes duma revolução [a
“Noite Sangrenta” de 19 de Outubro de 1921] precisamente aqueles que pediam luz
sobre estes crimes e que a censura actual obrigou a calar”.
No
ano de 1958, foi o caso do então bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, que
estalou depois da candidatura de Humberto Delgado às eleições presidenciais
desse ano. A carta de D. António colocou o “problema da liberdade política” na
agenda das relações entre o Estado e a Igreja, diz Manuel Tiago Martins – que
está a preparar uma tese de mestrado na Universidade Nova de Lisboa, dedicada
precisamente ao contributo dos cristãos para as mudanças antes do 25 de Abril.
Em 1959, esse tema seria retomado por dois documentos de grupos de católicos,
em que o bispo era expressamente apoiado na sua defesa da liberdade para a
Igreja.
Em
1968, o contexto era já o pós-revolução de Maio, em França, e o da substituição
de Salazar por Marcello Caetano, em Portugal. Foi, na Igreja, o ano de várias
crises, todas centradas em Lisboa: o caso do padre Felicidade Alves, a demissão
de toda a direcção do Seminário dos Olivais e a vigília na Igreja de São
Domingos para rezar pela paz e contra a guerra colonial, que deu origem à
publicação do Boletim Anti-Colonial.
“Quando
a carne dos padres rechinar...”
Abel
Varzim foi o primeiro símbolo significativo da ruptura. Tanto mais que a sua
condição de responsável pelo jornal “O Trabalhador” (entre 1935 e 1946),
assistente dos movimentos da Acção Católica Operária (JOC e LOC), a partir de
1936, e deputado entre 1938 e 1942, dava-lhe um reconhecimento público
invulgar. Foi nessa condição de parlamentar que o padre Varzim fez o célebre Aviso Prévio sobre os Sindicatos Nacionais,
de 17 de Fevereiro de 1939, defendendo a possibilidade de os sindicatos
poderem, “em nome dos operários, tratar com os patrões em pé de igualdade”.
Como
resposta ao discurso, conta o investigador José Barreto, do Instituto de
Ciências Sociais, um dirigente da União Nacional advertiu por escrito o padre
Varzim, “num tom solene, que ‘quando as Igrejas arderem e a carne dos padres
rechinar’ é que se verá como é correcta a política do governo” [rechinar é o
barulho que faz a gordura da carne a assar sobre as brasas]. O discurso na
então Assembleia Nacional não provocou nenhum “rechinamento”, mas custou a Abel
Varzim a renovação do mandato nas eleições seguintes.
Antigo
companheiro de Abel Varzim nas lides da LOC e de O Trabalhador, António Cerejo conta [em depoimento publicado entretanto
no livro Abel Varzim – Entre o Ideal e o
Possível, ed. Multinova] que “até o cardeal” Cerejeira terá dito: “O padre
Varzim é a única pessoa capaz de desfraldar uma bandeira quando chegar o
momento de o Estado Novo cair.”
Varzim
sentiu-se “enganado pelo cardeal Cerejeira”, diz Manuel Tiago Martins. Por isso
é forçado a deixar a LOC, fecham-lhe O
Trabalhador e, mesmo no Bairro Alto, em Lisboa, onde ele começara a criar
estruturas de apoio a prostitutas, não foi bem visto. Acabará exilado na sua
terra natal, em Cristelo, próximo de Barcelos, onde ainda dinamizou o associativismo
rural.
Padre Américo Monteiro de Aguiar
(foto reproduzida daqui)
Diferente
foi o percurso do padre Américo Monteiro de Aguiar (1887-1956), fundador da
Obra da Rua. Homem de acção e grande contador de histórias humanas, o “padre da
rua” nasceu em Galegos, Penafiel. A sua opção pelo sacerdócio é tardia, e só
depois de passar pelos franciscanos resolve entrar para o Seminário de Coimbra,
em 1925. A inspiração da sua vida teve-a na cidade do Mondego, onde se dedicou
às famílias mais necessitadas. Depois de organizar colónias de férias para os
garotos que viviam na rua, o Padre Américo pensa em tornar mais permanente o
apoio ao “lixo das ruas”, dando origem às Casas do Gaiato.
A
sua doutrina traduz a denúncia das mazelas de uma sociedade que teimava em
criar marginalidades. Era o exemplo da figura da Igreja empenhada em resolver
as questões sociais mais graves. A sua crítica ao regime – feita às vezes com
“punhos de renda”, como ele próprio dizia – é dirigida aos problemas sociais
que o regime gerava e não à estrutura política. Nas suas denúncias – da fome, da
miséria, da falta de habitação – continha-se o seu programa de vida.
Também
Adriano Silva Botelho (1908-80) é sobretudo um homem de acção. Foi enquanto
pároco de Alcântara, Lisboa, entre 1940 e 1960, que Adriano Pereira da Silva
Botelho adquiriu projecção. Paróquia popular, Botelho desenvolve ali uma acção
pessoal centrada na renovação da vida da comunidade e no apoio aos mais
necessitados. Em 1960, já ligado a figuras da oposição católica e apoiante de
alguns manifestos que começaram a surgir, o padre Adriano testemunha em favor
de dois jovens ligados à “revolta da Sé” contra o regime. Essa foi a gota de
água que, somada às posições que tomava nas homilias da paróquia e ao seu
impacto popular, fez transbordar o copo. Mais uma vez, o exílio – para a Patagónia,
na Argentina – é a solução encontrada. O padre Luís Barata, de Lisboa, que com
ele trabalhou e conviveu de perto, recusa-se a falar em exílio forçado, mas há
quem diga que as pressões sobre Adriano Botelho já eram demasiadas – e, mais
uma vez, reduzido o amparo da Igreja oficial.
Feito
monsenhor pelo Papa Pio XII em 1957, Adriano Botelho regressaria a Portugal em
1963, tornando-se pároco de São João de Brito. “Padre muito compenetrado das
suas obrigações, homem vertical, com um sentido de justiça muito apurado, amigo
dos pobres, da justiça e da liberdade”, é assim que Luís Barata o caracteriza.
Estratégias
de dissidências
O
“pró-memória” de D. António Ferreira Gomes – um documento que o bispo escreveu
em 1958 para servir de base a uma conversa com Salazar – foi o ponto de viragem
da oposição católica ao regime. Até aí restrita a iniciativas quase só
individuais, as tomadas de posição críticas de grupos de católicos
multiplicaram-se a partir de então. E na década de 60, com o eclodir da guerra
colonial, a oposição dos católicos cresceu na forma e na diversidade, ajudada
por um contexto internacional no qual as democracias-cristãs apareciam como a
alternativa mais sólida ao comunismo ou em que a Igreja se começava a repensar
a ela mesma, num movimento que culminou no Concílio Vaticano II (1962-65).
Quando
se chega a 1968, já os católicos mais activos se definiam em três estratégias
diferentes na sua relação com o regime, de acordo com a leitura feita por
Manuel Tiago Martins.
A
primeira estratégia era a dos que ainda admitiam algum tipo de colaboração com
o Estado Novo e a evolução interna do regime. Estavam neste caso, descreve
Manuel Tiago Martins, os que pouco depois entraram com Marcello Caetano para o
Governo (Rogério Martins ou Xavier Pintado) ou que se tornaram deputados da Ala
Liberal (Sá Carneiro, Miller Guerra, Pinto Leite, Magalhães Mota, Mota Amaral).
O jornal Encontro, da Juventude
Universitária Católica, foi uma plataforma importante para estes grupos, como o
foi a primeira fase do semanário Expresso.
Praticamente todos acabaram em ruptura com Caetano, saindo do Governo ou da
Assembleia Nacional.
Estratégia
diferente era a dos que se ligavam à Oposição Democrática. Francisco Sousa
Tavares, António Alçada Baptista (dinamizador da revista O Tempo e o Modo e da Livraria e Editora Moraes), João Bénard da
Costa, Francisco Lino Neto, João Gomes eram pessoas que se manifestavam contra
o “boi calado” da Igreja.
O
terceiro grupo, nesta classificação de Manuel Tiago Martins, era o das pessoas
“que lutavam contra os poderes”. Em primeiro lugar, o padre José da Felicidade
Alves, “homem da denúncia cívica e da denúncia religiosa”. Mas também se
incluíam aqui o então padre Luís Moita ou os arquitectos Nuno Teotónio Pereira
e Nuno Portas. A oposição dos sectores dinamizados por estas personalidades
fazia-se essencialmente através da divulgação de literatura e da edição de
publicações. “Sempre ou quase sempre clandestina.” A cooperativa Pragma, a
folha Direito à Informação, o BAC – Boletim Anticolonial ou os Cadernos Gedoc (Grupo de Estudos e
Documentação) foram instrumentos vários para o mesmo fim: “A denúncia, na
perspectiva religiosa, das estruturas que não mudavam, e o apelo à
democratização da Igreja na linha do Concílio Vaticano II”.
Padre Alberto Neto (foto reproduzida daqui,
onde também se pode ver um depoimento
sobre a figura do então capelão do Rato)
A
estas gerações de oposicionistas juntaram-se, a partir de 68/69, as novas
gerações ligadas essencialmente à JEC e à JUC (Juventude Estudantil e
Universitária Católica) e ao padre Alberto Neto, responsável da Capela do Rato
quando ali se deu, no início de 1973, a famosa vigília contra a guerra
colonial. A voz e as homilias de Alberto Neto (1931-87), aliadas à sua
personalidade próxima de todas as pessoas, fizeram dele uma referência para
gerações sucessivas de jovens. Formado nos finais dos anos 50, altura de grande
pujança e prestígio dos movimentos de Acção Católica, Alberto Neto ia buscar
muitas das suas inspirações ao Padre Américo. Mas, ao contrário do fundador da
Obra da Rua, o Padre Alberto falava sobretudo para os intelectuais e as classes
médias e altas, embora sempre preocupado com quem sofria a marginalidade social
– apaixonado pela acção e pelo contacto humano, dizem os que com ele
conviveram.
Na
Capela do Rato, em Lisboa, pela qual é responsável entre 1968 e 1973, assume o
papel de líder de uma comunidade que não se reconhece na Igreja tradicional e
aspira à sua renovação litúrgica e pastoral, e a novas abordagens da moral
sexual. Descentralizador, põe a mexer múltiplas actividades e serve de elo de
ligação entre pessoas. O seu apoio, mesmo que posterior, à vigília pela paz do
Ano Novo de 1973 provoca a ira das autoridades e leva o patriarca de Lisboa a
transferi-lo. Morre como pároco de Rio de Mouro, vítima de assassínio não
esclarecido.
* * * *
“Sejamos
ousados e criativos, os pobres não podem esperar”
A
propósito dos 25 anos da morte de D. António Ferreira Gomes, que se assinalaram domingo passado, Fernando Calado Rodrigues falava sobre Bispos “vermelhos” na crónica de sexta-feira passada
no Correio da Manhã:
Por isso, não é de
estranhar. Nem ninguém se deve escandalizar quando os bispos, de uma forma mais
ou menos contundente, anunciam os valores do Evangelho e denunciam as
injustiças. Espera-se que eles sejam a voz dos que não têm voz e os
catalisadores do empenhamento de todos na luta contra a pobreza. D. António
Francisco dos Santos aproveitou a tomada de posse da diocese do Porto para
lançar o desafio: “Sejamos ousados, criativos e decididos sempre, mas sobretudo
quando e onde estiverem em causa os frágeis, os pobres e os que sofrem. Esses
devem ser os primeiros, porque os pobres não podem esperar!”.
De estranhar é
quando eles são esquecidos nas palavras e nas atitudes dos líderes religiosos.
Motivos de escândalo são todos os cristãos que suspendem os valores em que
acreditam e que compactuam com situações de exploração e de opressão.
Preocupante é quando nos tornamos insensíveis ao sofrimento humano e embarcamos
na “globalização da indiferença” que o Papa denunciou na ilha de Lampedusa.
(texto integral
aqui)
A
figura de D. António Ferreira Gomes foi o tema da entrevista de Manuel Vilas
Boas a D. Januário Torgal Ferreira, que passou domingo na TSF. Torgal Ferreira,
que, ainda padre, foi chefe de gabinete de D. António, recorda nesta entrevista
os passos da vida de D. António.
Na
conversa, o agora bispo emérito das Forças Armadas evoca os tempos da
resistência ao Estado Novo: “Os católicos semearam o 25 de Abril; foram eles
também a semear os ventos da liberdade”, diz, evocando o exemplo do antigo
bispo do Porto, que define como uma “pessoa com inteireza de inteligência e de
vontade” e como um “mártir” da liberdade.
A entrevista pode
ser ouvida aqui.
Registe-se
que a Fundação Spes,
instituída por D. António Ferreira Gomes, está a promover um ciclo de
conferências sobre as Cartas ao Papa,
de D. António Ferreira Gomes, cujo programa segue já no próximo dia 22, na Casa
da Torre da Marca, no Porto. Aqui podem
encontrar-se os vídeos das duas conferências já realizadas, em que intervieram
Arnaldo de Pinho (A Igreja e a cultura) e António Barbosa de Melo (A Igreja e a
democracia)
Próximo texto, dia 17:
O “dedo” católico no 25 de Abril e os presos católicos do Estado Novo
Próximo texto, dia 17:
O “dedo” católico no 25 de Abril e os presos católicos do Estado Novo
1 comentário:
Bom dia,
Não tenho nenhum comentário a fazer, mas gostaria de saber se no vosso blogue têm algum texto sobre a crise do Seminário da Guarda, em 1968-1969.
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