“Bowie nunca banal.” Foi com este
título que o L’Osservatore Romano se referiu à morte segunda-feira
passada, em Nova Iorque, do músico inglês. O texto do jornal oficial do
Vaticano recorda que o actual primaz anglicano fez da música de Bowie uma espécie
de banda sonora pessoal. Aqui podem ler-se outros excertos da notícia.
Também o cardeal Gianfranco
Ravasi, presidente do Conselho Pontifício, reagiu à morte do músico, colocando
uma mensagem na sua conta do Twitter, na qual citava alguns versos de
Space Oddity, um dos primeiros êxitos do “camaleão do rock”, como era designado:
“Ground Control to Major Tom/Commencing countdown/ engines on/ Check ignition/
and may God's love be with you.”
O amor de Deus, ou a
espiritualidade, foram uma busca longa para David Bowie, contou o próprio, em
2004, à apresentadora e comediante Ellen DeGeneres, como recorda o Crux.
Na sua juventude, dizia o músico, Bowie sentira-se
atraído pelo budismo tibetano, depois por Nietzsche, pelo satanismo e pelo
cristianismo. “Acabei a cantar. Tem sido um caminho longo.” Um ano antes, em
entrevista à BeliefNet, Bowie afirmara já: “A minha vida espiritual
foi sempre pertinente para o que eu estava
escrevendo. Sempre.”
Na edição italiana de L’Huffington Post, acrescenta-se ainda que os frades da Basílica de São Francisco, em Assis,
sublinharam a “profunda dimensão espiritual” de Bowie, confirmada pelo facto de
o cantor rezar todas as manhãs. O cantor tinha dito já, também, que desejava
viver na cidade de Francisco, como escrevera num texto no La Stampa, a 16 de Setembro de 1995. E justificava: “Quero estar
próximo de Giotto. Sou obcecado pela arte: para mim, é como estar no Paraíso.
Após a sua morte, circulou nas
redes sociais um vídeo de Bowie no Estádio de Wembley, num concerto de
homenagem a Freddie Mercury, em que o músico ajoelha e reza o Pai Nosso,
perante a multidão que assistia ao concerto:
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