sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Vence a indiferença e conquista a paz – uma vigília de oração pela paz

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Arcabas, Pentecostes (2003; pormenor)

“A paz é um bem supremo que todas as religiões elegem simultaneamente como horizonte de esperança e como dever de empenhamento pessoal e colectivo, a que todos os homens e mulheres devem dedicar a sua atenção e cuidado.”
Com esta convicção, a Fundação Betânia promove no próximo dia 15 de Janeiro, das 21h30 às 23h, uma vigília de oração pela paz, que decorrerá na Igreja do Sagrado Coração de Jesus (Rua Camilo Castelo Branco), em Lisboa.
“Para os cristãos, em particular, a paz é, também, uma dádiva de Deus e um fruto maduro da justiça e da verdade que devem impregnar as relações entre os seres humanos e as suas instituições, sem esquecer a relação harmoniosa com toda a Criação. Jesus de Nazaré anuncia como sendo de Deus um reino de Verdade, de Justiça e de Paz. Assim acreditamos e por isso nos reunimos em vigília de oração”, diz o texto de apresentação da iniciativa, que a seguir se reproduz na íntegra:

Conscientes das inúmeras e complexas ameaças à paz com que hoje estamos confrontados, sensibilizados pelo crescente clamor das vítimas, e interpelados pela pergunta existencial que fizeste do teu irmão?, reconhecemos, como afirma o Papa Francisco, na sua mensagem para o dia mundial da paz, que importa vencer a indiferença para conquistar a paz.
Acreditamos que a indiferença em relação às chagas do nosso tempo é uma das causas principais da falta de paz no mundo (Papa Francisco).
A indiferença não se vence, porém, apenas com mais informação; esta tornar-se-á estéril e até anestesiante, se não for acompanhada por uma conversão do nosso coração que se traduza na superação da nossa inclinação para o individualismo e o comodismo que geram défice de compromisso com uma presença responsável no nosso mundo.

Reconhecemos que devemos assumir o dever de afirmar por palavras, gestos, atitudes, e estilo de vida, a nossa solidariedade com as vítimas da guerra e da exclusão social e que temos a obrigação de nos empenharmos em prevenir e superar as causas das presentes tragédias, designadamente no domínio do fundamentalismo religioso, do tráfico humano, do terrorismo, do negócio das armas e dos conflitos armados, bem como da miséria, da doença e da fome que, apesar da abundância de bens, persistem em vastos territórios, da crise ecológica, males que dizimam vidas humanas e estão na origem de gigantescas movimentações de homens, mulheres e crianças, em busca de condições básicas de sobrevivência.
Reconhecemos que estamos perante um processo de mudança acelerada no Planeta e no plano da ordem mundial a que tem de corresponder uma nova consciência colectiva acerca do cuidado e da responsabilidade pela nossa “casa comum”, para prevenir tensões e conflitos, com consequências dramáticas para a vida das pessoas e a civilização.
Para o conseguir sabemos que é fundamental o contributo das famílias e dos professores e educadores, dos intelectuais e artistas, dos investigadores e profissionais, dos políticos e das organizações da sociedade civil, do cidadão comum. Não é de mais sublinhar que há uma quota-parte de responsabilidade que cabe a cada pessoa e ninguém a ela se deve eximir no seu respectivo campo de influência.
A paz é um bem supremo que todas as religiões elegem simultaneamente como horizonte de esperança e como dever de empenhamento pessoal e colectivo, a que todos os homens e mulheres devem dedicar a sua atenção e cuidado.
Para os cristãos, em particular, a paz é, também, uma dádiva de Deus e um fruto maduro da justiça e da verdade que devem impregnar as relações entre os seres humanos e as suas instituições, sem esquecer a relação harmoniosa com toda a Criação. Jesus de Nazaré anuncia como sendo de Deus um reino de Verdade, de Justiça e de Paz.
Assim acreditamos e por isso nos reunimos em vigília de oração.
Queremos, em conjunto, escutar a palavra de Deus e deixá-la ressoar nas nossas consciências, pedindo a Deus que nos ajude a vencer a nossa inclinação para o comodismo, a indiferença e a alienação nas nossas zonas de conforto.
Queremos, em conjunto, orar pelas vítimas da violência e da barbárie e que elas encontrem o devido socorro nas suas necessidades.
Queremos procurar, na oração, vislumbrar caminhos de paz, que sejam de solidariedade activa com as vítimas da violência e de construção de formas justas de viver em sociedade.
Queremos, através desta oração, pedir ao nosso Deus a quem podemos chamar Pai /Abba a sua ajuda poderosa para que aprendamos a vencer a nossa indiferença para que a paz seja possível nos nossos dias.

Convidamos outros cristãos sintonizados nesta iniciativa a participarem na vigília de oração que terá lugar em Lisboa, no dia 15 Janeiro, das 21 30 às 23 horas, na Igreja do Coração de Jesus (Rua Camilo Castelo Branco).

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