Agenda
Arcabas, Pentecostes (2003; pormenor)
“A paz é um bem
supremo que todas as religiões elegem simultaneamente como horizonte de
esperança e como dever de empenhamento pessoal e colectivo, a que todos os
homens e mulheres devem dedicar a sua atenção e cuidado.”
Com esta convicção,
a Fundação Betânia promove no próximo dia
15 de Janeiro, das 21h30 às 23h, uma vigília de oração pela paz, que decorrerá
na Igreja do Sagrado Coração de Jesus (Rua Camilo Castelo Branco), em Lisboa.
“Para os
cristãos, em particular, a paz é, também, uma dádiva de Deus e um fruto maduro
da justiça e da verdade que devem impregnar as relações entre os seres humanos
e as suas instituições, sem esquecer a relação harmoniosa com toda a Criação.
Jesus de Nazaré anuncia como sendo de Deus um reino de Verdade, de Justiça e de
Paz. Assim acreditamos e por isso nos reunimos em vigília de oração”, diz o
texto de apresentação da iniciativa, que a seguir se reproduz na íntegra:
Conscientes das inúmeras e complexas ameaças à paz
com que hoje estamos confrontados, sensibilizados pelo crescente clamor das
vítimas, e interpelados pela pergunta existencial que fizeste do teu irmão?,
reconhecemos, como afirma o Papa Francisco, na sua mensagem para o dia mundial
da paz, que importa vencer a indiferença para conquistar a paz.
Acreditamos que a indiferença em relação às chagas do
nosso tempo é uma das causas principais da falta de paz no mundo (Papa
Francisco).
A indiferença não se vence, porém, apenas com mais
informação; esta tornar-se-á estéril e até anestesiante, se não for acompanhada
por uma conversão do nosso coração que se traduza na superação da nossa
inclinação para o individualismo e o comodismo que geram défice de compromisso
com uma presença responsável no nosso mundo.
Reconhecemos que devemos assumir o dever de afirmar por
palavras, gestos, atitudes, e estilo de vida, a nossa solidariedade com as
vítimas da guerra e da exclusão social e que temos a obrigação de nos empenharmos
em prevenir e superar as causas das presentes tragédias, designadamente no
domínio do fundamentalismo religioso, do tráfico humano, do terrorismo, do
negócio das armas e dos conflitos armados, bem como da miséria, da doença e da
fome que, apesar da abundância de bens, persistem em vastos territórios, da
crise ecológica, males que dizimam vidas humanas e estão na origem de
gigantescas movimentações de homens, mulheres e crianças, em busca de condições
básicas de sobrevivência.
Reconhecemos que estamos perante um processo de
mudança acelerada no Planeta e no plano da ordem mundial a que tem de
corresponder uma nova consciência colectiva acerca do cuidado e da
responsabilidade pela nossa “casa comum”, para prevenir tensões e conflitos,
com consequências dramáticas para a vida das pessoas e a civilização.
Para o conseguir sabemos que é fundamental o
contributo das famílias e dos professores e educadores, dos intelectuais e
artistas, dos investigadores e profissionais, dos políticos e das organizações
da sociedade civil, do cidadão comum. Não é de mais sublinhar que há uma
quota-parte de responsabilidade que cabe a cada pessoa e ninguém a ela se deve
eximir no seu respectivo campo de influência.
A paz é um bem supremo que todas as religiões elegem
simultaneamente como horizonte de esperança e como dever de empenhamento
pessoal e colectivo, a que todos os homens e mulheres devem dedicar a sua atenção
e cuidado.
Para os cristãos, em particular, a paz é, também, uma
dádiva de Deus e um fruto maduro da justiça e da verdade que devem impregnar as
relações entre os seres humanos e as suas instituições, sem esquecer a relação
harmoniosa com toda a Criação. Jesus de Nazaré anuncia como sendo de Deus um
reino de Verdade, de Justiça e de Paz.
Assim acreditamos e por isso nos reunimos em vigília
de oração.
Queremos, em conjunto, escutar a palavra de Deus e
deixá-la ressoar nas nossas consciências, pedindo a Deus que nos ajude a vencer
a nossa inclinação para o comodismo, a indiferença e a alienação nas nossas
zonas de conforto.
Queremos, em conjunto, orar pelas vítimas da
violência e da barbárie e que elas encontrem o devido socorro nas suas
necessidades.
Queremos procurar, na oração, vislumbrar caminhos de
paz, que sejam de solidariedade activa com as vítimas da violência e de
construção de formas justas de viver em sociedade.
Queremos, através desta oração, pedir ao nosso Deus a
quem podemos chamar Pai /Abba a sua ajuda poderosa para que aprendamos a vencer
a nossa indiferença para que a paz seja possível nos nossos dias.
Convidamos outros cristãos sintonizados nesta
iniciativa a participarem na vigília de oração que terá lugar em Lisboa, no dia
15 Janeiro, das 21 30 às 23 horas, na Igreja do Coração de Jesus (Rua Camilo
Castelo Branco).
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