Crónica
Na Voz da Verdade, Guilherme
d’Oliveira Martins escreveu um artigo sobre o Ano da Misericórdia, onde referia
também René Girard, que morreu no início de Novembro e que marcou o olhar
antropológico sobre o facto religioso. Sob o título Misericórdia e sobriedade, escrevia:
Morreu no início de novembro o
filósofo René Girard (1923-2015). Disse-nos que «as nossas sociedades não se
definem apenas pelo que integram, mas também pelo que excluem». Daí a
necessidade de tomar consciência da violência arcaica que ainda persiste em
nós… Ao contrário daqueles que referem a Paixão de Cristo como um mito, René
Girard afirma a singularidade e a essencialidade da revelação cristã. Esta não
só rompe a lógica negativa da «violência mimética», mas também revela o substrato
de toda a cultura humana – e assim o sacrifício apazigua as massas e tem uma
função unificadora da sociedade. É difícil de compreender o mistério da morte
de um inocente, Jesus Cristo, cujo sacrifício supremo permite abrir as portas
da reconciliação e do reconhecimento da dignidade humana. Deixa de haver um
bode expiatório culpado, que concentra em si a culpa e o pecado, para existir
realização suprema do amor. No fundo, a misericórdia tem a ver com essa
concretização do mandamento novo.
(texto na íntegra aqui)
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