A Porta da Europa, em Lampedusa (foto reproduzida daqui)
Domingo, uma “porta santa” do ano
da misericórdia foi aberta em Lampedusa, a ilha italiana que se tornou símbolo
da busca de tantos refugiados por uma sobrevivência mínima na Europa.
Assinalando o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, a comunidade católica
local promoveu um momento de oração diante da Porta da Europa, monumento local dedicado
à memória dos migrantes mortos no mar, como se pode ler aqui.
“Escolhemo-la porque, na sua
laicidade, representa a porta que se abre para a África e que abre à África o
caminho para a Europa”, disse o cardeal Francesco Montenegro, arcebispo de
Agrigento, a diocese a que pertence Lampedusa. A porta é feita com restos de
embarcações e objectos trazidos por muitos refugiados ou náufragos. “Sabemos
que onde há sofrimento, a terra é sagrada. Por isso, convidamos todos os
lampedusanos e não só a viver esta obra de arte: vamos junto dela como
peregrinos. Passemos através dela anunciando a nossa vontade de mudar”,
acrescentou, como se lê aqui (em italiano).
Há precisamente uma semana, o Papa
Francisco tinha insistido no tema dos refugiados, no seu discurso ao Corpo
Diplomático acreditado no Vaticano. A má resposta da Europa está a minar as
suas bases humanistas, disse, como se pode ler nesta notícia.
A situação, acrescentou, é a de
uma grave emergência, e justifica que a Europa, ao contrário do que alguns
países estão a fazer, abra as suas portas a quem procura fugia à guerra e à
miséria (o discurso pode ser lido aqui na íntegra)
Em declarações, este domingo, à
Ecclesia e ao programa Setenta Vezes Sete, o ex-alto comissário das Nações
Unidas para os Refugiados, António Guterres, criticou a falta de organização e
solidariedade europeia. E acrescentou que o Papa tem sido um “aliado
precioso no combate para com os refugiados e as vítimas de perseguição”.
O programa, que inclui testemunhos
do Líbano e de organizações envolvidas no apoio a refugiados em Portugal, pode
ser visto a seguir:
Texto anterior no blogue
1 comentário:
Um gesto profético e cheio de misericórdia. Quem dera tivéssemos possibilidades de o fazer chegar a todos aqueles que acham que ser cristão é defender-se daqueles que não o são...
Enviar um comentário