domingo, 17 de janeiro de 2016

Presbíteros casados disponíveis para servir comunidades

Congresso internacional


(Foto reproduzida daqui)

Os presbíteros casados estão disponíveis para ser úteis em comunidades onde se partilhem “cargos, responsabilidades, serviços e ministérios às pessoas que considerem mais preparadas e adequadas para cada tarefa, sem distinção de sexo nem de estado”, que possam tornar-se “comunidades abertas, inclusivas, a partir da pluralidade e do mútuo respeito”.
A intenção consta de um texto surgido na sequência do congresso do Movimento Internacional de Presbíteros Casados que esteve reunido em Guadarrama (Madrid, Espanha), em Novembro último, para debater o tema Presbíteros em Comunidades Adultas.
Num comunicado redigido, já em Janeiro, pelas federações europeia e latino-americana, afirma-se que as celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II, que terminaram em Dezembro passado, incentivam os padres casados a oferecer a sua experiência e reflexão, “como movimento eclesial e como membros da Comunidade universal dos crentes em Jesus de Nazaré”.
O texto justifica: “Na nossa origem está a reivindicação de um celibato opcional para os presbíteros da Igreja Católica do Ocidente: liberdade que deveria ser reconhecida e respeitada não só por ser um direito humano, mas também porque a opção (e não a imposição) é mais fiel à mensagem libertadora de Jesus e à prática milenar das igrejas. Esta posição também está mais intimamente relacionada com o direito das comunidades a estarem providas de servidores dedicados ao seu cuidado, que hoje está insuficientemente satisfeito.”
O movimento recorda que a sua perspectiva inicial, “focada na questão do celibato”, foi ampliada “para aspirar e avançar para um modelo de presbítero, não clerical, e um tipo de Igreja não ferreamente alicerçada num presbítero exclusivamente masculino, celibatário e clérigo”.
No documento, defende-se a ideia de que “o modelo de cristianismo maioritariamente dominante está desfasado” e que é urgente “um novo tipo de Igreja e de comunidades para poder apresentar algo válido, face aos desafios que o ser humano tem hoje pela frente”.
O eixo desse modelo deve ser “a comunidade: a vida comunitária dos crentes em Jesus”. E uma comunidade adulta, que saiba adaptar-se “às exigências culturais do nosso mundo em transformação rápida e constante”, na qual as mulheres não permaneçam afastadas “das tarefas de estudo, de responsabilidade e governo”.
Essas comunidades, acrescenta ainda o texto, não são uma quimera, “mas uma realidade apesar das suas deficiências e dificuldades”, que dá corpo às “intuições e declarações do Vaticano II: vida fraterna, solidária, ecuménica, comprometida com a paz e a justiça com todos os homens e mulheres de boa vontade” que, com o Papa Francisco, “retomaram actualidade e recuperaram a sua cidadania” na Igreja.
O texto do comunicado, com data do passado dia 6, pode ser lido aqui na íntegra.

Texto anterior no blogue
Um Papa que leva a Igreja de regresso ao cristianismo - um vídeo e excertos do livro-entrevista do Papa Francisco

2 comentários:

PAULO BATEIRA disse...

«MOCEOP - PADRES CASADOS» - Guadarrama, 1 de noviembre de 2015.
http://moceop.net/index.php/80-informacioncongreso-2-2

«Francisco deve autorizar exceções locais para a norma do celibato clerical, começando pela Amazónia»
http://fraternitasmovimento.blogspot.pt/2016/01/o-tema-dos-padres-casados-esta-ser.html

Fraternitas Movimento disse...

Obrigado, António Marujo, pelo eco da reflexão.
e, para quem desejar aprofundar a reflexão, sugiro a leitura destes textos:
Por um lado, a favor do clero casado: «O tema dos padres casados está a ser estudado na Igreja: O eixo Alemanha-Brasil» - http://fraternitasmovimento.blogspot.pt/2016/01/o-tema-dos-padres-casados-esta-ser.html;
Por outro, a favor do clero celibatário: Uma lição aprendida na diocese de Chiapas: Clero sim, mas celibatário - http://fraternitasmovimento.blogspot.pt/2015/12/uma-licao-aprendida-na-diocese-de.html