Congresso
internacional
Os presbíteros casados estão
disponíveis para ser úteis em comunidades onde se partilhem “cargos,
responsabilidades, serviços e ministérios às pessoas que considerem mais
preparadas e adequadas para cada tarefa, sem distinção de sexo nem de estado”,
que possam tornar-se “comunidades abertas, inclusivas, a partir da pluralidade
e do mútuo respeito”.
A intenção consta de um texto surgido na sequência do congresso do Movimento Internacional de Presbíteros Casados que esteve
reunido em Guadarrama (Madrid, Espanha), em Novembro último, para debater o tema Presbíteros em Comunidades Adultas.
Num comunicado redigido, já em Janeiro, pelas federações europeia e latino-americana, afirma-se que as celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano
II, que terminaram em Dezembro passado, incentivam os padres casados a oferecer a sua
experiência e reflexão, “como movimento eclesial e como membros da Comunidade
universal dos crentes em Jesus de Nazaré”.
O texto justifica: “Na nossa
origem está a reivindicação de um celibato opcional para os presbíteros da
Igreja Católica do Ocidente: liberdade que deveria ser reconhecida e respeitada
não só por ser um direito humano, mas também porque a opção (e não a imposição)
é mais fiel à mensagem libertadora de Jesus e à prática milenar das igrejas.
Esta posição também está mais intimamente relacionada com o direito das
comunidades a estarem providas de servidores dedicados ao seu cuidado, que hoje
está insuficientemente satisfeito.”
O movimento recorda que a sua
perspectiva inicial, “focada na questão do celibato”, foi ampliada “para
aspirar e avançar para um modelo de presbítero, não clerical, e um tipo de
Igreja não ferreamente alicerçada num presbítero exclusivamente masculino,
celibatário e clérigo”.
No documento, defende-se a ideia de
que “o modelo de cristianismo maioritariamente dominante está desfasado” e que
é urgente “um novo tipo de Igreja e de comunidades para poder apresentar
algo válido, face aos desafios que o ser humano tem hoje pela frente”.
O eixo desse modelo deve ser “a
comunidade: a vida comunitária dos crentes em Jesus”. E uma comunidade adulta, que
saiba adaptar-se “às exigências culturais do nosso mundo em transformação
rápida e constante”, na qual as mulheres não permaneçam afastadas “das tarefas
de estudo, de responsabilidade e governo”.
Essas comunidades, acrescenta ainda
o texto, não são uma quimera, “mas uma realidade apesar das suas deficiências e
dificuldades”, que dá corpo às “intuições e declarações do Vaticano II: vida
fraterna, solidária, ecuménica, comprometida com a paz e a justiça com todos os
homens e mulheres de boa vontade” que, com o Papa Francisco, “retomaram actualidade
e recuperaram a sua cidadania” na Igreja.
O texto do comunicado, com data do
passado dia 6, pode ser lido aqui na íntegra.
Texto anterior no blogue
Um Papa que leva a Igreja de regresso ao cristianismo - um vídeo e excertos do livro-entrevista do Papa Francisco
Texto anterior no blogue
Um Papa que leva a Igreja de regresso ao cristianismo - um vídeo e excertos do livro-entrevista do Papa Francisco
2 comentários:
«MOCEOP - PADRES CASADOS» - Guadarrama, 1 de noviembre de 2015.
http://moceop.net/index.php/80-informacioncongreso-2-2
«Francisco deve autorizar exceções locais para a norma do celibato clerical, começando pela Amazónia»
http://fraternitasmovimento.blogspot.pt/2016/01/o-tema-dos-padres-casados-esta-ser.html
Obrigado, António Marujo, pelo eco da reflexão.
e, para quem desejar aprofundar a reflexão, sugiro a leitura destes textos:
Por um lado, a favor do clero casado: «O tema dos padres casados está a ser estudado na Igreja: O eixo Alemanha-Brasil» - http://fraternitasmovimento.blogspot.pt/2016/01/o-tema-dos-padres-casados-esta-ser.html;
Por outro, a favor do clero celibatário: Uma lição aprendida na diocese de Chiapas: Clero sim, mas celibatário - http://fraternitasmovimento.blogspot.pt/2015/12/uma-licao-aprendida-na-diocese-de.html
Enviar um comentário