sexta-feira, 4 de junho de 2010

Padre João Resina, in memoriam

(Foto © Enric Vives-Rubio/Público)

O padre João Resina morreu esta quinta-feira em Lisboa. A sua morte ocorreu no dia em que a Igreja Católica celebrava o dia do Corpo de Deus; a leitura do evangelho das missas recordava o episódio em que Jesus, pelo milagre da partilha, conseguia pôr uma multidão inteira a comer apenas com alguns pães e peixes.

Para quem o conheceu, o padre João Resina era assim, capaz de uma entrega total e de, com poucos gestos, levar as pessoas ao milagre da partilha. Centrado no essencial, como dizia a catequista Helena Presas, na missa de sufrágio, era um homem para quem a religião não tinha acessórios a atrapalhar. Para ele, a fé nunca era obstáculo para a vida nem para discutir a razão e a ciência: plantar batatas é da ordem da ciência, dizia ele há três anos, na entrevista que tive oprotunidade de lhe fazer para o Público.

Para memória, essa entrevista pode ser lida na íntegra aqui. Algumas das suas homilias dominicais, que levavam tanta gente a atravessar a cidade de uma ponta à outra só para o ouvir e poder, depois, levar aquela folhinha para casa, estão disponíveis aqui. E ainda no site da paróquia do Campo Grande podem ler-se textos de reflexão do padre João. Os dois volumes de A Palavra no Tempo, que recolhem muitas das homilias de João Resina Rodrigues, foram editados pela Multinova e Entrelinhas.

3 comentários:

Francisco Almeida disse...

Que Nosso Senhor tenha este seu servo bem junto de si. Agradeço a Deus o facto e me ter cruzado com este sacerdote e de ter podido aproveitar orações e tempo em comum.

Anónimo disse...

Um homem com h grande, tão grande que até nos esquecíamos que era padre (outros padres que me perdoem).
Que descance em paz
Rosa Maria (Instituto Superior Técnico 1975)

Unknown disse...

Tive o privilégio de crescer com este Grande Homem como Pároco (em Moscavide) a mim e a todas as crianças e jovens que com ele aprendemos a falar de Deus e Jesus com palavras muito simples, mas profundas e sentidas, marcou-nos para sempre. Obrigada Padre João Resina!