sábado, 18 de janeiro de 2014

Arriscar o quê? – e mais duas perguntas

Crónicas - À Procura da Palavra



(ilustração reproduzida daqui)

No seu comentário à liturgia católica deste domingo, (II do tempo comum no calendário litúrgico), pergunta Vítor Gonçalves, sob o título “Arriscar o quê?”:

(...) deixo uma sugestão de aprofundamento para um estudo apresentado esta quinta-feira sobre “Literacia social: os valores como fundamento de competência” onde se constata que “86,4% das pessoas que ganham até 500 euros considera muito importante ajudar os outros, percentagem que vai baixando à medida que os rendimentos aumentam e que atinge o valor mais pequeno – 46,7% – quando chega ao grupo dos que ganham mais de 4 mil euros por mês” e se conclui: “Os portugueses com mais habilitações e mais rendimentos são os que dão menos importância à solidariedade, à justiça e aos valores democráticos.”

(O texto completo pode ser lido aqui)

No domingo anterior, em que se celebrava o baptismo de Jesus, escrevia o mesmo autor, com o título “Descoberta ou ritual?”:

Hesitei demoradamente em iniciar estas palavras semanais com a experiência forte do filme “12 anos escravo” que relata o drama da escravatura nos meados do século XIX nos Estados Unidos. Baseado na vida real de Solomon Northup, que vivendo livre em Nova Iorque em 1841, com a esposa e os filhos, se viu reduzido à condição de escravo por 12 anos nas grandes propriedades do sul esclavagista. O momento em que pôde, de novo, assumir o seu nome e a sua condição livre, sem medo de chicotadas, tem o sabor de um renascimento. E não consigo desligá-lo desta identificação de Cristo com a humanidade decaída, na fila dos pecadores para o baptismo de penitência de João, e com a voz de Deus que Lhe diz (e nos diz): “Este é o meu Filho muito amado!”


Antes, no domingo da Epifania, Vítor Gonçalves perguntava: “Que estrela?”

Numa belíssima parábola sobre o propósito da vida o recente filme de Bem Stiller, “A vida secreta de Walter Mitty” apresenta a história de um homem instalado que vive sonhos de aventura sem nunca os realizar. E ainda que trabalhe numa revista de fotografia que tem como lema, “Ver o mundo e os perigos que virão, ver por trás dos muros, chegar mais perto, encontrar o outro e sentir. Esse é o propósito da vida”, só a muito custo irá experimentar o risco e a mudança. Claro que não é um mago à procura do presépio mas o brilho que lhe nasceu nos olhos abre caminhos novos. Como é tão verdade a palavra insistente de Jesus:“Procurai e achareis!”

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