Na sua
crónica do DN desta sexta-feira, José Manuel Pureza escreve sobre “Os últimos e a política”, a partir da exortação Evangelii Gaudium, do
Papa Francisco:
Há uma exigência ética essencial no tempo que estamos a
viver: ouvir o clamor dos pobres e devolver-lhe o que lhes cabe. A advertência
feita por Francisco, o Papa, na sua exortação apostólica Evangelii
Gaudium (EG) coloca um critério claro na condução do nosso quotidiano:
"Assumir a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e
deita fora" (EG 195) como prioridade.
Estar com os últimos, fazer deles a razão de ser das nossas
escolhas, impõe coisas difíceis a que a bolsa de valores deste tempo não dá
cotações altas. Impõe, desde logo, pôr em causa o endeusamento da propriedade
como limite das possibilidades das políticas. Ao contrário do pensamento que
tem norteado o desmantelamento do contrato social na Europa, para o qual o que
é da titularidade dos pobres é frágil por natureza e o que é da titularidade
dos ricos é sagrado por definição, Francisco coloca a propriedade privada como
realidade subordinada ao destino universal dos bens: "A posse privada dos
bens justifica-se para cuidar deles e os fortalecer, de modo a servirem melhor
o bem comum" (EG, 189).
O texto pode ser lido aqui na íntegra.
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