Chegou
às quatro dezenas o número de respostas já enviadas por leitores deste blogue
ao inquérito de preparação do Sínodo dos Bispos do próximo ano, sobre a
família. Vários deles lamentam, nas respostas ou em mensagens paralelas, a
deficiente tradução para português ou da
própria formulação de algumas perguntas ou, ainda, o facto de elas não fazerem
sentido num inquérito destes.
De
facto, há perguntas de informação geral, que bastaria pedir às
nunciaturas ou às conferências episcopais. Saber, por exemplo, se “Existem uniões livres de facto, sem o
reconhecimento religioso nem civil” e se se
dispõem “de dados estatísticos confiáveis” (4 b) ou se existe no país “uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo,
equiparadas de alguma forma ao matrimónio” (5 a) não implica fazer-se um inquérito destes, se o seu objectivo primeiro é pôr as pessoas
a participar e a dar conta da sua experiência e de como as comunidades cristãs
devem agir em relação a um conjunto de questões.
Mais grave é o que se passa, na tradução portuguesa, com a pergunta 1 b).
De facto, em todas as outras línguas, fazem-se três perguntas: “Onde é
conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente? Verificam-se
dificuldades na hora de o pôr em prática? Se sim, quais?” Mas, na versão
portuguesa, que neste blogue também foi inicialmente usada, a formulação retira
o ponto de interrogação da primeira frase, que fica assim (alterando
profundamente o sentido): “Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite
integralmente.”
Nas outras línguas (pode conferir-se aqui,
sob o título III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos - Documento de preparação...), a frase está
sempre como interrogação:
- em espanhol: Allí
donde se conocen las enseñanzas de la Iglesia ¿son éstas integralmente
aceptadas? ¿se verifican dificultades para ponerlas en práctica? ¿Cuáles?
- em francês: Là où l’enseignement de
l’Église est connu, est-il intégralement accepté ? Est-ce que des
difficultés se vérifient dans sa mise en pratique? Lesquelles?
- em italiano: Dove l’insegnamento
della Chiesa è conosciuto, è integralmente accettato? Si verificano difficoltà
nel metterlo in pratica? Quali?
- em inglês: In those cases where the
Church's teaching is known, is it accepted fully or are there difficulties in
putting it into practice? If so, what are they?
- em alemão: Wird die Lehre der Kirche
dort, wo sie bekannt ist, ganz angenommen? Zeigen sich bei ihrer Umsetzung in
die Praxis Schwierigkeiten? Welche?
RELIGIONLINE sabe que houve algumas
chamadas de atenção alguns dias depois de o inquérito ter sido posto a
circular. Mas, apesar disso, a versão errada foi mantida nas versões do
questionário distribuídas em Portugal.
Entretanto, a versão do questionário
disponível para resposta neste blogue foi já corrigida nesse ponto, de modo a seguir a versão das restantes línguas.
Um esclarecimento final quanto ao prazo
de respostas. O Vaticano pede que as respostas cheguem durante o mês de
Janeiro. Por isso, o RELIGIONLINE aceitará respostas até final de Dezembro para, em Janeiro, elas serem enviadas às diferentes
instâncias com que nos comprometemos: Conferência Episcopal Portuguesa,
Nunciatura Apostólica em Lisboa e Sínodo dos Bispos.
Recordamos curtas indicações práticas: (1) no início,
acrescentámos alguns dados de identificação, que sugerimos sejam também
respondidos; (2) cada resposta tem espaço suficiente para textos longos, mas
será bom que as respostas sejam tão sucintas quanto possível; (3) no final do
inquérito, há uma caixa com indicação "enviar", que remete as
respostas directamente para um mail deste blogue; (4) as respostas devem ser
dadas até final de Dezembro.
(foto reproduzida daqui)
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