Uma
onda de oração é lançada hoje, Dia Mundial dos Direitos Humanos, pela Caritas
Internationalis contra a fome no mundo. É a primeira campanha internacional da
instituição contra aquilo que o Papa Francisco classifica, numa mensagem vídeo disponível aqui de
“escândalo mundial”: 1,3 mil milhões de pessoas que não têm de comer e às quais
é necessário garantir o “acesso a uma alimentação adequada”.
A
campanha “Uma só família humana, alimento para todos” congrega todas as 164
organizações Cáritas existentes nos 200 países do mundo e que pretende chamar a
atenção de todas as pessoas, incluindo os governos e as Nações Unidas, para a
importância da luta contra a fome.
A
onda de oração decorre ao meio-dia de cada fuso horário, num acto simbólico
para alertar para a necessidade de abrir as mentes e os corações para a
urgência de garantir a afirmação o
primeiro passo da afirmação do direito à alimentação, nos países onde isto não
acontece. Uma medida que a Cáritas considera determinante para se alcançar o
fim da fome no mundo.
Na
mensagem gravada, o Papa diz que “o mundo
não pode voltar o olhar para o lado e fingir que não vê os milhares de pessoas
que sofrem por causa da fome”. O
alimento disponível no mundo “seria suficiente para tirar a fome a todos”,
acrescenta. E cita a parábola da multiplicação dos pães e dos peixes para
afirmar que ela “ensina que quando há vontade, aquilo que temos não acaba;
inclusivamente sobra e não se perde”.
A
campanha, esclarece a Cáritas, tem três objectivos essenciais: sensibilizar a sociedade civil sobre o
direito à alimentação; reduzir o número de pessoas que carecem de alimentos
nutritivos e aumentar a participação dos pobres na tomada de decisão e nos
processos destinados a mitigar a fome.
A mudança nos comportamentos
individuais, de modo a evitar o desperdício de comida, é outro dos objectivos.
Na sua mensagem, o Papa diz: “Esta campanha é também um convite a que tenhamos
uma maior consciência sobre o que fazemos com a nossa comida, que por vezes
desperdiçamos, ou sobre o não fazermos um bom uso dos recursos que estão à
nossa disposição. É uma lembrança, para que deixemos de pensar que as nossas
acções quotidianas não têm repercussões na vida daqueles que passam realmente
fome, na primeira pessoa.”
A campanha irá decorrer, com acções
locais, até Maio de 2015, quando a Caritas Internationalis realizar em Roma a
sua assembleia geral, que decorre de quatro em quatro anos, e que estará
centrada na questão da eliminação da pobreza. Depois da assembleia, a
instituição participa ainda na Exposição Universal de Milão sobre o tema “Alimentar
o planeta, energia para a vida”.
Esta
onda de oração tem um mapa inter-activo,
que permite seguir os países onde se começou a rezar pelo fim da fome no mundo.
Samoa, no Pacífico, começou a onda, que passará por Portugal daqui a uma hora.
Para assinalar o facto, a Cáritas Portuguesa promove um tempo de oração, que
começa dentro de minutos, às 11h, na capela da União Missionária Franciscana (Largo da Luz,
11, em Lisboa).
Nessa
celebração, será rezada uma oração comum a todo o mundo: “Ó Deus, que nos
confiaste os frutos da criação para que cuidássemos a terra e nos
alimentássemos da sua generosidade; quer nos enviaste o teu Filho para
partilhar a sua própria carne e sangue e ensinar-nos a tua lei de amor; através
da sua morte e ressurreição formaste-nos como uma só família humana. Jesus
mostrou uma grande preocupação por aqueles que não tinham de comer;
inclusivamente transformou cinco pães e dois peixes num banquete que alimentou
a mais de cinco mil pessoas. Vimos diante de ti, ó Deus, conscientes das nossas
falhas e fracassos, mas cheios de esperança, para partilhar o alimento com
todos os membros desta família do mundo. Através da tua sabedoria, inspira os
líderes dos governos e os empresários, bem como todos os cidadãos do mundo, a
encontrar soluções de caridade para acabar com a fome no mundo e assegurar o
direito de todo o ser humano ao alimento. Assim oramos, ó Deus, para que no
momento de nos apresentarmos diante de ti no teu divino Juízo, nos possamos
proclamar como parte de uma só família humana, com alimentos para todos.”
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