“Ao avaliarmos a nossa evolução enquanto indivíduos tendemos a concentrar-nos em factores externos como a posição social, o poder de influência e a popularidade, a riqueza e o nível de instrução. Estes são, de facto, factores importantes para a avaliação do sucesso individual no que se refere a aspectos materiais e é perfeitamente compreensível que muitas pessoas se empenhem em alcançá-los.
Existem no entanto factores internos que podem ser ainda mais
decisivos na avaliação de uma pessoa enquanto ser humano: a honestidade, a
sinceridade, a simplicidade, a humildade, a generosidade, a ausência de
vaidade, a disponibilidade para ajudar os outros – qualidades ao alcance de
todas as almas – constituem os alicerces da vida espiritual de cada um de nós.
A evolução em matérias desta natureza é impensável sem uma introspecção séria,
sem nos conhecermos a nós próprios, sem conhecermos as nossas fraquezas e os
nossos erros.
No mínimo, se não nos der mais nada, a cela proporciona-nos a oportunidade
de analisarmos todos os dias a nossa conduta na sua globalidade, de
ultrapassarmos o que de mau houver em nós e desenvolvermos o que possamos ter
de bom.
A meditação frequente, nem que seja durante 15 minutos por dia antes de
adormecer, pode ser muito proveitosa a este respeito. No início pode
parecer-nos difícil identificar os aspectos negativos da nossa vida, mas com
perseverança este exercício poderá revelar-se altamente compensador. Não
devemos esquecer que um santo é um pecador que não cessa de se esforçar.”
(carta
de Nelson Mandela a Winnie Mandela, 1 de Fevereiro de 1975, em Nelson Mandela, Arquivo Íntimo, ed.
Objectiva, p. 211-212)
(foto
reproduzida daqui)
Em homenagem a Mandela, uma celebração inter-cultural entre a música de Bach e a música africana que, por sua vez, celebra Albert Schweitzer, o médico que se doou a África:
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