quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Igreja contra a pena de morte?



O Papa fez hoje um apelo a que os Estados tomem as necessárias iniciativas legislativas e políticas para pôr fim à pena de morte.
A iniciativa e o apelo são mais do que oportunos e pertinentes e, dir-se-ia, não era de esperar outra coisa da parte da Igreja Católica. Tal decorre da mensagem de Cristo e constitui doutrina que percorre já todo o Antigo Testamento, correspondendo a uma cada vez mais reconhecida conquista da civilização.
Esta posição suscita-me, contudo, duas observações.
A primeira decorre do Catecismo da Igreja Católica (artº 2267), que refere nomeadamente que "a doutrina tradicional da Igreja, desde que não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da responsabilidade do culpado, não exclui o recurso à pena de morte, se for esta a única solução possível para defender eficazmente vidas humanas de um injusto agressor". É certo que, no mesmo artigo, faz-se notar que, se houver meios não irreversíveis e "mais consentâneos com a dignidade da pessoa humana" não é licita a pena de morte; e admite até que, com os recursos hoje disponíveis, "os casos em que se torna absolutamente necessário suprimir o réu «são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes». A minha incomodidade, se estou a ver bem as coisas, é que, não se tratando sequer de situações de autodefesa ou de guerra em que se jogue inquestionavelmente um bem maior, a Igreja mantenha estas portas entreabertas e ambíguas que podem sempre ser invocadas para justificar que se tire a vida, incluindo em estados supostamente orientados por valores cristãos.
A segunda observação liga-se directamente à anterior e resume-se nesta pergunta: que justificação e credibilidade pode ter a intransigência praticamente absoluta do magistério da Igreja relativamente à protecção da vida desde a concepção (e toda a doutrina de rigor acerca do aborto) e esta "compreensão" relativamente a situações, mesmo que "raras" em que se pode justificar a pena de morte?
Se estas observações forem justificadas e pertinentes, a conclusão lógica parcer-me-ia esta: ao solicitar aos representantes dos governos de tantas nações que acabem com a pena de morte, Bento XVI deveria ter anunciado também a decisão de rever o disposto no Catecismo da Igreja Católica.

Lógica "totalitária" nas opções orçamentais

O ex-ministro Bagão Félix tece duras críticas ao Governo e à maioria parlamentar que o apoia por causa das opções fiscais do Governo que constam do OE 2012, na sua intervenção no espaço semanal "COnselho Superior", da Antena 1.
Para aquele ex-governante que se define como apoiante do actual Governo, existem uma série de medidas que ignoram aspetos técnicos e sociais relevantes. Lamenta, por outro lado, "a obsessão fiscal do executivo que se está a tornar num raciocínio quase totalitário" e, acusa "os jovens parlamentares de considerarem que julgam que mandam no país e que o país suporta tudo".

Para ouvir as palavars de Bagão Félix:

Novidade: uma edição judaica do Novo Testamento

Chamando a atenção para um artigo há dias publicado no diário The New York Times ("Focusing on the Jewish Story of the New Testament") o jornal francês La Vie considera a recente publicação de uma edição do Novo Testamento comentada por meia centena de exegetas e especialistas judeus "um acontecimento editorial nos Estados Unidos da América".
"The Jewish annotated New Testament" é, pois, uma versão comentada do livro sagrado dos cristãos, mas feita por judeus, o que, ainda segundo La Vie, permite ler os evangelhos a uma nova luz, nomeadamente episódios como a busca do menino Jesus por parte dos magos, ou conceitos como o de 'próximo' tanto na ética judaica como cristã, ou o de ressurreição e vida para além da morte.

Referência: Levine, Amy-Jill; Brettler, Marc Z. (eds.) (2011)"The Jewish annotated New Testament". Oxford University Press, 700 pp.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Montserrat Figueras, voz de transparências infindas (1942-2011)

Recordo um momento curto e belo, em 2004, num final de tarde no Parlamento das Religiões do Mundo, que decorreu em Barcelona: num final de tarde, Jordi Savall e a sua mulher, a soprano Montserrat Figueras, executaram três ou quatro músicas, entre as quais o terno El cant dels aucells. Pouco depois, saíam ambos do Fórum das Culturas, Jordi transportando a caixa com a viola de gamba, Montserrat ao lado. Ela era uma figura frágil e firme, como que esvoaçando ao atravessar a rua, olhar luminoso e sorridente. Ambos discretos, como se não fossem dois dos maiores artistas contemporâneos, responsáveis por nos devolver tantas horas de beleza escondida na música antiga, dos tempos medievais ao barroco.

Montserrat morreu quinta-feira em Barcelona.

Na apresentação do disco Invocation a la Nuit, escreve Jordi Savall: «'A noite é a salvação da alma', diz-nos o poeta árabe do século X num dos contos das Mil e Uma Noites (História de Doce-Amiga). Uma cifra mágica essas 1001 noites que percorrem a vida como um instante fugaz, um instante que dura menos de 3 anos (exactamente 2 anos e 271 noites). Rapidamente me dou conta de que tive a sorte de viver 20 vezes Mil e uma noites. Noites de infância, cheias de descobrimentos maravilhosos, mas também de noites tristes, escondidas pelos temores da guerra e a incerteza do amanhã. Noites de adolescência marcadas pela descoberta e a aprendizagem do amor, da amizade e o som cálido do violoncelo. Noites claras de uma primavera de 1965 cheia de encontros inesquecíveis, o da amada ideal e o da viola de gamba e suas músicas esquecidas.»

Esta sexta-feira, às 11h da manhã (10h portuguesas), a despedida de Montserrat decorre no Mosteiro de Pedralbes, em Barcelona. O mesmo lugar que Jordi Savall evoca no disco onde invoca as "noites estreladas nos jardins do Mosteiro de Pedralbes onde, com Montserrat Figueras, decidimos fazer juntos a nossa viagem até ao futuro, até essas manhãs ainda incertas mas já cheios de confiança e esperança, decididos a partilhar felicidades e desgraças, músicas e amizades, caminhos e sonhos de toda uma vida".
A voz de Montserrat abria-nos para transparências infindas. Que melhor evocação senão escutá-la?

 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"Uma ofensiva, não contra o desemprego, mas contra os desempregados"


Sob o título "A austeridade laboral segundo a troika", António Monteiro Fernandes, Professor de Direito do Trabalho no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa  (ISCTE) propõe um conjunto de dados e de argumentos para pensarmos a orientação e alcance das políticas do trabalho e emprego em Portugal. Eis os dois dos cinco pontos que enuncia:
1.
A linguagem utilizada no “memorando da troika” acumula as virtudes do “economês” e da “langue de bois” diplomática. Entende-se: o texto assenta em opções radicais pouco confessáveis.
Tomem-se como amostras as medidas de “prevenção do risco de desemprego de longa duração”. Segundo os dados mais recentes do INE, os desempregados há um ano ou mais são 55% do total; aproxime-se esse número do de desempregados com 45 ou mais anos (32,2%), ou com 35 ou mais anos (55%), e ainda com o de desempregados com habilitações até ao ensino básico (68,5%!), e ter-se-á um quadro da realidade que a troika desprezou. O desemprego de longa duração em Portugal — para além de fenómenos inteiramente marginais de ócio remunerado e de falso desemprego, fatais como o destino — é o produto de um cruzamento de factores conhecidos: o baixo nível de instrução e de qualifi cação de grande parte dos efectivos saídos das indústrias tradicionais, a baixa vitalidade da economia portuguesa, e a preferência das empresas por trabalhadores de idade inferior às referidas, mais baratos e moldáveis. Assim, a redução dos subsídios e do período por eles coberto redunda apenas no abaixamento da capacidade contratual dos “empregáveis” e poderá levar muitos deles a aceitar postos de trabalho com salários degradados. Eis o único efeito “útil” das medidas — e percebe-se então que concepção as inspira.
2.
Essa concepção não deixa de ter aspectos bizarros. No “memorando”, as medidas estabelecidas sugerem uma ofensiva, não contra o desemprego, mas contra os desempregados — o que confere um sentido novo e inquietante à ideia de “combate ao desemprego de longa duração”.
Por um lado, alinham-se estímulos à criação de desemprego, e portanto ao aumento do contingente já imenso dos sem trabalho. É o embaratecimento dos despedimentos; é o aligeiramento das exigências relativas ao despedimento por inadaptação. Por outro, impõem-se medidas cujo efeito necessário é a redução das oportunidades de emprego: embaratecimento do trabalho suplementar;  incremento da utilização de regimes de fl exibilidade de horários, banco de horas, etc. E, sempre nessa direcção, surgiu ainda mais tarde o aumento dos períodos normais de trabalho. Resumindo: mais desempregados, menos
oportunidades de emprego. Isto para “reduzir o risco de desemprego de longa duração”(…)
Para continuar a leitura: Publico em papel ou online (para assinantes).

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Integristas católicos perturbam uma celebração inter-religiosa

"Os distúrbios causados ​​por alguns católicos fundamentalistas que rezavam o terço em St. Denys de la Chapelle, no final da grande marcha que tinha acabado de atravessar Paris, de Les Halles até Barbès, não afetou o entusiasmo de cerca de 500 peregrinos de todas as religiões que participaram no último domingo, 13 de Novembro, numa celebração conjunta nesta igreja do norte de Paris.
Sentados nas filas da frente, cerca de 20 membros do Movimento da Juventude Católica de França, conotados com a Fraternidade SSPX e Civitas (o movimento de extrema-direita que se tem vindo a opor à peça de Castelucci) começaram, logo no início da reunião, a gritar slogans hostis e a cantar a "Ave-Maria". Um panfleto resume a sua hostilidade ao diálogo inter-religioso: "Assis, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes ...". Ou: "Pio XI condenou as reuniões inter-religiosas, porque os defensores deste ponto de vista não só rejeitam a verdadeira religião como descambam aos poucos para o naturalismo e o ateísmo". Após alguns minutos de hesitação, a assembleia posicionou-se à volta deles, retomando em voz alta a música especialmente escrita para o evento: "A força do espírito levou-nos ao encontro / Eis-nos reunidos, testemunhas do fogo no coração do mundo ...".
Apanhados pelo número e surpreendidos pela determinação dos fiéis, os jovens fundamentalistas  (homens e mulheres com idades entre os 20 e 30 anos) inicialmente concordaram em ir para o fundo da igreja, continuando a sua oração, sob o olhar benevolente de um padre franciscano e de um monge budista. 
Depois de muita negociação, cerca de uma hora depois, deixaram o local sem choques nem violência. "Isso não poderia acontecer de outra forma", diz calmamente Aude Pascal, um frade capuchinho, que passou muito tempo a conversar com estes e aqueles.  "Enquanto artesãos do diálogo, nós tivemos que dar tempo para falar e ouvir. Certamente que não os convencemos e o contrário também não aconteceu não acreditar neles ou para essa matéria, mas foi possível, apesar de tudo, o encontro. E isso fez com que pudessem ir-se embora de cabeça erguida. (...)"


(Relato do site do jornal La Vie. Para continuar a ler: AQUI)

Comissão Justiça e Paz de Setúbal pondera participar na greve geral

Vários elementos da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Setúbal admitem participar na greve geral do próximo dia 24, noticia hoje o jornal digital da renascença Página 1.
“Ponderamos a hipótese de participar de forma organizada e, até, de apelar aos cristãos que participem
na manifestação, demonstrando algum desagrado pelas coisas que estão a acontecer por aí”, disse o responsável da comissão setubalense, António Soares.
Os cristãos têm de saber dizer ‘não’, sublinha a Comissão Diocesana Justiça e Paz de Setúbal, que lança duras criticas às medidas de austeridade do Governo.
“Dizer ‘não’ em voz alta, mesmo de forma ruidosa, é um direito [que assiste] a todos aqueles que se sentem ofendidos na sua dignidade e aqueles a quem são retiradas possibilidades de vida digna. Os cristãos não se podem limitara praticar actos de culto, têm de estar na rua, têm de dizer não quando sentem que há que dizer ‘não’”, considerou António Soares.
Sobre o Orçamento do Estado para 2012, António Soares considera a proposta do Governo desequilibrada, já que pede mais sacrifícios aos mais pobres: “Achávamos que era possível construir um orçamento que tivesse em conta os mais desprotegidos e fosse buscar recursos a quem tem mais meios”.
Mais importante, considera Soares, seria procurar fazer crescer a economia: “É um orçamento que em relação
aos sacrifícios é um bocadinho desequilibrado, por outro lado, tentar que a economia crescesse um pouco, porque isso é condição sine qua non para um melhor futuro para todos”.

Documentário sobre Junqueiro estreia no Porto

Estreia hoje à noite, na Universidade Católica Portuguesa (UCP), no Porto, um documentário de 90 minutos sobre o escritor, político e jornalista Guerra Junqueiro (1850-1923), realizado por Henrique Manuel Pereira, de 43 anos.
O professor da Escola das Artes da UCP disse à agência Lusa que o trabalho orçado em 10 mil euros conta com a «grande generosidade» dos participantes, como os atores Eunice Muñoz e Ruy de Carvalho, o realizador Manoel de Oliveira, o cantor Pedro Abrunhosa e o jornalista Fernando Alves, que deu voz à personagem de Guerra Junqueiro.
O documentário sobre as «questiúnculas religiosas e poéticas» do poeta demorou dois anos a concretizar, depois de 100 horas de filmagens e mais de 30 de entrevistas a cerca de 50 pessoas entre as quais familiares, estudiosos, admiradores e contemporâneos de Guerra Junqueiro.
Henrique Manuel Pereira, autor da tese de doutoramento “Guerra Junqueiro -- Da Contradição à Unidade Polifónica”, traça um «retrato inteiro» do «poeta», «político», «colecionador de arte», «homem de ciência» e «pensador», recorrendo a uma recolha «exaustiva» de material de arquivo fílmico, fotográfico e iconográfico.
O trabalho é exibido às 21h30 no pólo da Foz da UCP (auditório Ilídio Pinho), seguindo para o circuito de festivais nacionais e internacionais, estando previsto que passe num dos canais da televisão pública e seja editado em DVD, com legendas em inglês e espanhol.
O filme, que conta com uma banda sonora constituída por composições baseadas em poemas do autor interpretadas por nomes do panorama musical nacional e estrangeiro, é um dos mais importantes momentos da iniciativa “Revisitar/Descobrir Guerra Junqueiro", da Universidade Católica no Porto.
Abílio Guerra Junqueiro, que nasceu em 1850 em Freixo de Espada a Cinta (Trás-os-Montes), iniciou a sua carreira literária em Coimbra no jornal "Folha", onde criou relações de amizade com alguns dos escritores e poetas mais consagrados da sua época.
(Fonte: SNPCultura)

domingo, 13 de novembro de 2011

“O pior não é estar triste”

P. Vítor Gonçalves


“Tive medo e escondi o teu talento na terra.
Aqui tens o que te pertence.”
Mt 25, 25

Observar os rostos matinais na nossa azáfama de formigueiro é uma experiência curiosa. Fechados, ansiosos e apressados, aparentemente zangados com tudo (e das greves ao trânsito, da crise aos imprevistos há sempre tantos motivos para essa zanga, não é?), parece que trazemos um aviso escrito nas testas: “Proibido sorrir”! Contrastando com o cinzento dos rostos desarma-me o sorriso e boa disposição daquele distribuidor de jornais gratuitos (e não é o único), que faça sol ou faça chuva, numa esquina do Marquês de Pombal, entrega o jornal com um sorridente “tenha um muito bom dia”, e à sexta-feira gosta de dizer “tenha um muito bom fim-de-semana”. Não é de invejar o seu trabalho, e deve ganhar uma miséria, mas há uma nobreza e uma humanidade nas palavras e no sorriso que fazem a diferença.
Mais do que talento=dinheiro Jesus aponta-nos o talento da vida, a responsabilidade em desenvolver o que somos e temos. E aí parece que o medo é o grande obstáculo, o acomodamento e a preguiça são escolhas que levam ao “choro e ranger de dentes”. Já sabem que gosto das canções do Jorge Palma e do último disco estas letras são bem actuais:

“Vejo tanto olhar encafuado
em automóveis bestiais
Casos graves de bem estar,
por mais que tenham,
nunca têm a mais.

Aleijados do conforto
refugiados na T.V.
O pior não é estar triste
o pior é não saber porquê”.

A mais insignificante das tarefas pode ser feita com grandeza e o mais alto cargo pode ser desempenhado com tanta desumanidade. O que marca a diferença é sempre a qualidade interior de cada um, a verdade que coloca naquilo que faz, a coragem de não ceder ao “menor esforço”, a libertação da ânsia de ter, a ousadia de sorrir para rostos sisudos. Nenhuma crise é desculpa para desistir de viver. Não é possível desenterrar o “talento-vida” de cada um e arriscar investi-lo de maneiras mais felizes?
Há muitas formas de realizar um trabalho. E os primeiros beneficiários ou prejudicados somos nós. O livro dos Provérbios diz que a mulher “põe mãos ao trabalho alegremente”, e essa qualidade traz luz a tudo aquilo que faz. Bem conheceis a história dos trabalhadores da catedral em que apenas um experimentava, para além do suor e do salário, a alegria de estar a construir uma catedral. Quando o trabalho é apenas um meio de troca para receber “umas massas” a qualquer preço, ou a oportunidade para “encher os bolsos” à custa de negociatas e manigâncias, e não a colaboração na construção do mundo, a ramificação de energia e de vida que beneficia outros, ainda não merecemos o nome de pessoas.
Se o “talento-vida eterna” nos foi entregue o que andamos a fazer dele? Que vitalidade e alegria, ousadia e simplicidade, esperança e criatividade enterrámos debaixo de rotinas e medos, intrigas e desconfianças? É sempre possível fazer a diferença!

À Procura da Palavra
in VOZ DA VERDADE 13.11.2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Violentos ataques ao documento do Vaticano sobre as finanças internacionais

O jornal semanário católico norte-americano Our Sunday Visitor publica hoje, com data de amanhã, 11, um texto da autoria de Greg Erlandson, relativo às reacções provocadas pelo recente documento do Conselho Pontifício Justiça e Paz, a que aqui fizemos referência, num dos últimos posts.
Deixamos, abaixo, a parte inicial e o link para o texto original:
«A verdade é que a Igreja é contracultural de muitas maneiras diferentes, sacudindo a esquerda e a direita.

Antigamente, se um documento do Vaticano fosse recebido com críticas contundentes ou  pura e simplesmente recusado, poder-se-ia concluir que o documento tinha seguramente algo a ver com sexo e que o coro dos reprovadores estava cheio de católicos progressistas que zombavam dos celibatários  imbecis que o tinham elaborarado.
Já não é assim.
Tomemos, por exemplo, a bílis recente vertida por algumas criaturas dogmáticas ligadas à direita católica, quando o Conselho Pontifício Justiça e Paz lançou um documento de 18 páginas, antes da Cimeira do G-20, sugerindo caminhos para a reforma das finanças internacionais.
(...)
Cada um destes plumitivos se deve considerar tantoconservador e ortodoxos; contudo existe um desprezo alimentado pela ideologia perpassando quase todos esses comentários, com o objectivo de difundir em letras garrafais que os católicos não devem perder tempo a ler esse documento, porque está marcado pelo erro
Exemplos fornecidos pelo autor:

Para ler o texto original em inglês:

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

«Não façais da Casa de meu Pai uma feira»

Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 
Encontrou no templo os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas nos seus postos. 
Então, fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas pelo chão e derrubou-lhes as mesas; 
e aos que vendiam pombas, disse-lhes: «Tirai isso daqui. Não façais da Casa de meu Pai uma feira.» 



Evangelho de João, 22, 13-16 (da leitura de hoje)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Papa entre os 10 mais poderosos do mundo

A lista que a revista Forbes anualmente divulga, sobre o ranking das pessoas mais poderosas do mundo, inclui o Papa Bento XVI na sétima posição. Como reagir a este destaque? Satisfação? Tristeza? Perplexidade? Indiferença?
Que leitura fazer?
Aceitam-se comentários.




quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quem foi, quem é Jesus Cristo?

Na TSF, Manuel Vilas Boas ouviu os teólogos e pensadores que intervieram no colóquio Igreja em Diálogo, que decorreu em Valadares (Gaia). O colóquio, realizado a 8 e 9 de Outubro, teve como tema "Quem foi, quem é Jesus Cristo?". Entre as vozes que aqui se expressam, estão as dos teólogos Andrés Torres Queiruga, Xabier Pikaza, José Ignacio Gonzaléz Faus, Juan Antonio Estrada ou Juan Jose Tamayo. Participam também o especialista em gnosticismo Antonio Piñero, o eurodeputado Paulo Rangel, e a professora de literatura Isabel Allegro de Magalhães. O programa pode ser ouvido aqui.