Acaba de ser descoberta uma carta dirigida ao Papa, escrita em 10 de Maio de 1946 pelo cônsul português Aristides de Sousa Mendes, na qual ele dava conta do ostracismo e da miséria para que o regime de Salazar o tinha atirado a ele e à sua família. O motivo desse ostracismo é conhecido de todos: na Segunda Guerra Mundial, ele salvou a vida de milhares de refugiados, contrariando ordens de Lisboa. Essa carta não era conhecida publicamente. Nela, Sousa Mendes pretendia apenas da Santa Sé o reconhecimento da conformidade dos atos praticados com os valores do Evangelho. Contudo, fosse porque a carta nunca tenha chegado a sair da Nunciatura, fosse por outra razão desconhecida, nunca teve resposta. Uma cópia dessa missiva foi agora descoberta por um neto e entregue ao Papa Francisco, segundo revelou ontem a SIC Notícias (ver o vídeo inserido neste post).
Dada a coragem e dimensão de humanidade dos atos praticados por aquele Cônsul português, é dever da Igreja - em Lisboa ou no Vaticano - averiguar e dar a conhecer o que se passou, neste caso.
Complemento: para uma perspetiva da vida de A. de Sousa Mendes, consultar o texto "Memórias do Holocausto. Aristides de Sousa Mendes - Cônsul em Bordéus. Humanidade e castigo ou … o crime de salvar judeus", de Carlos Rodrigues Jaca
1 comentário:
Haverá coragem para isso?
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