Convento de Santo António de Varatojo
Varatojo é um lugar da freguesia de S. Pedro e Santiago, situado numa colina fronteira a Torres Vedras. Foi aí que o rei D. Afonso V mandou levantar um convento, em cumprimento de um voto que fizera a Santo António para que o auxiliasse nas conquistas do Norte de África. E “veio ele mesmo, com os fidalgos da sua real Câmara e grande acompanhamento de clero, nobreza e povo, desde a vila de Torres, lançar a primeira pedra em Fevereiro de 1470”. O primeiro grupo de monges franciscanos instalou-se quatro anos depois, fazendo daquele espaço um dos sítios de maior florescimento do espírito missionário da modernidade em Portugal. A história riquíssima desta instituição é, ao mesmo tempo, um testemunho das vicissitudes da história do país, nas épocas moderna e contemporânea. O sítio do Convento na Internet dá disso sobeja conta, passando em revista as etapas vividas desde as décadas finais do século XV até ao presente. E dá-nos também, com imagem e texto, preciosas indicações sobre o valor arquitectónico, escultórico e paisagístico do conjunto, sem esquecer a riqueza ao nível da azulejaria. Melhor, só a visita ao local. (Convento de Varatojo, 2560 Torres Vedras , Tel. 261314120, Fax. 261315350, E-mail: Conv.varatojo@mail.telepac.pt ).
Página de Pedro Casaldáliga
“Passaram-se dois anos do novo século XXI e o Mundo continua cruel e solidário, injusto e esperançado. Ainda há guerra e há império, e o império acaba de inventar a guerra preventiva. Ainda o Mundo se divide pelo menos em três: Primeiro, Terceiro e Quarto. A fome, a pobreza, a corrupção e a violência têm aumentado; mas aumentaram também a consciência, o protesto, a organização, a vontade explícita de alternatividade”.
É assim que se inicia a carta pastoral de 2003 da autoria de D. Pedro Casaldáliga, bispo de S. Félix do Araguaia (Brasil). Um bispo-poeta, solidário com os mais pobres, que este ano completa 75 anos de vida e, por essa razão, solicitou ao Vaticano a sua substituição. O site, em boa parte em espanhol, contém documentos, poesias e orações de grande beleza e profundidade. Estão lá várias das suas cartas pastorais, muitas poesias, várias delas evocando a Mãe de Jesus. Está lá também o texto da célebre Missa dos Quilombos, cuja música foi criada por Milton Nascimento.
O bispo despede-se de décadas de apostolado no Mato Grosso com um poema que exprime a sua energia interior, e que foi buscar a “El Hombre de la Mancha” : “Sonhar mais um sonho impossível./ Lutar quando é fácil ceder. / Vencer o inimigo invencível. /Negar quando a regra é vender. / Quantas guerras terei que vencer por um poço de paz!
E amanhã, se esse chão que eu beijei / for meu leito e perdão, / vou saber que valeu delirar / e morrer de paixão!”.
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