sábado, 13 de janeiro de 2018

À procura de Sefarad nas judiarias portuguesas: as 300 marcas de judeus em Trancoso obrigados à conversão

Porta da vila de Trancoso (foto reproduzida daqui)
Em Trancoso, podem encontrar-se 300 marcas em casas que assinalam lugares onde teriam habitado judeus obrigados a converte-se ao cristianismo. Na judiaria de Trancoso, situada dentro das muralhas da pequena vila, viviam artesãos, médicos, colectores de impostos e pessoas com muitas outras actividades – incluindo algumas que chegaram a ser conselheiros de reis, médicos da coroa e altos dignitários da sociedade de então.
Em dia de Shabath judaico, traz-se aqui a referência a um texto (que pode ser lido aqui, em castelhano) de Nora Goldfinger na página de Shavei Israel (uma organização de divulgação e estudo do judaísmo sefardita) acerca das judiarias de Trancoso e da Covilhã.
Entre as marcas referidas por Goldfinger, podem descobrir-se um IHS, acrónimo para Jesus, ou um AM, abreviatura de Ave-Maria, como relatei num reportagem que publiquei em Abril de 2011, no Público, quando a Rota das Judiarias começava a ganhar forma (o texto, que pode ser lido aqui na íntegra, fala também das judiarias de Belmonte, Guarda, Tomar e Castelo de Vide. Entre as marcas que se encontram no “jogo de pista” que se pode jogar em Trancoso, descobrem-se ainda um círculo com um pentagrama – até ao início do século XX, a estrela de Salomão poderia ter sido usada por judeus ou por adeptos da cabala – ou uma cruz grega numa outra porta.
Já na Covilhã, recorda Nora Goldfinger, a cidade teve um importante contributo de judeus, que chegaram ao ponto de colocar a “estrela de David” no brazão covilhanense.

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