segunda-feira, 23 de abril de 2018

O cometa Pintasilgo a deixar um novo rasto em Fafe


Margarida Amélia Santos, presidente da Fundação Cuidar o Futuro, a colocar, 
no Mural das Causas, uma mensagem alusiva ao pensamento de Maria de Lourdes Pintasilgo; 
ao lado, o presidente da Câmara de Fafe, Raúl Cunha (foto Manuel Meira)

De quarta-feira, 18, até sábado, 21, decorreu em Fafe o Terra Justa – Encontro Internacional de Causas e Valores da Humanidade. Além dos Capacetes Brancos da Síriafoi também homenageada a Human Rights Watch, organização de defesa dos direitos humanos. Numa entrevista que lhe fiz para o Público, o seu número dois, Bruno Stagno-Ugarte lamentava o silêncio cúmplice de muitos países democráticos para com as graves violações de direitos humanos que continuam a praticar-se em todo o mundo. E, sobre o papel do Papa Francisco, diz que ele “tem sido muito importante na questão dos refugiados e é uma das vozes que podemos ter como aliado”. E acrescentava: “Há outros temas em que as igrejas podem ter um papel mais importante, pelo simples facto de dizerem que se deve tratar o outro como cada um gosta de ser tratado. Essa é uma vocação das igrejas, nestes momentos em que tantos gritam o ódio para com o vizinho. O Papa tem sido uma voz forte na defesa da convivência e esperamos que continue a ser influente.”
(A entrevista pode ser lida aqui na íntegra)

No final do encontro, foi Maria de Lourdes Pintasilgo a escolhida para ser homenageada postumamente, através da Fundação Cuidar o Futuro e da actual presidente, Margarida Amélia Santos. Na sessão de homenagem feita à antiga primeira-ministra (até agora, a única mulher portuguesa a ter desempenhado o cargo), destacou-se o rasto que ela deixou em muitos que com ela conviveram ou trabalharam – Luís Moita disse que ela tinha sido um “cometa”. Manuela Silva recordou que, para Maria de Lourdes, “ser cristão não era um dado adquirido” e que, pelo contrário, cada crente deveria deixar-se interpelar em permanência pela sua fé, acrescentou. E o Presidente da República falava de “um conjunto excepcional de qualidades” que ela reunia: “a inteligência, o brilho, a cultura, a capacidade de doação, o sentido do serviço, a noção do Estado e uma visão indissociável da sua fé, que a colocava sempre num caminho de salvação com os outros e pelos outros”.
Sobre Pintasilgo e o encontro Terra Justa, pode ler-se aqui uma reportagem.

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