segunda-feira, 27 de abril de 2009
O "jogral de Deus"
É certamente mera coincidência: no momento em que as atenções se centram, entre nós, na canonização do condestável Nuno Álvares Pereira, a revista católica inglesa The Tablet faz manchete com um outro santo: o de Assis, que viveu pouco mais de um século antes.
Destaca S. Francisco para chamar a atenção para o facto de este "jogral de Deus" conseguir, tantos séculos depois, continuar a inspirar a vida e a acção de tanta e tão diversa gente.
Os mais recentes sinais: a partir desta semana, em Hampshire, o Nobel da Literatura Dario Fo leva a cena uma peça a solo sobre S. Francisco de Assis e, dentro de dias, a encenadora Clare Goddard estreia em Hampshire a peça "Francis", um trabalho baseado em diálogos e efeitos de luz e cor para destacar, sublinha The Tablet, "os aspectos visuais da história de S. Francisco".
(Tributo da foto: quadro de José Assunção)
sábado, 25 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
Ciência e religião
Os dois pontos finais da sua reflexão:
"Tenho todo o respeito pela teologia dialógica de Hans Küng. Embora também ele frequente os poetas e os músicos - escreveu uma obra sobre Mozart, Wagner e Bruckner -, não me parece que valorize suficientemente a capacidade de conhecimento que existe na arte. A consistência artística, literária, poética, musical da expressão religiosa não é apreciada, pela maioria dos teólogos, como a grande linguagem da fé, a linguagem da Páscoa. A procura da verdade doutrinal desvia, muitas vezes, a atenção do poder cognitivo dos mitos, dos símbolos, dos ritos, das metáforas da linguagem religiosa.
Não se trata de desvalorizar outras linguagens na busca do conhecimento. M.S. Lourenço escreveu-o de forma magistral [in Os degraus do Parnaso, Lisboa Assírio & Alvim, 1982]: "O artista verdadeiro é aquele que alcançou o conhecimento verdadeiro, o qual consiste na percepção da realidade sensível e na intuição da realidade inexprimível." Não contrapõe a procura da Verdade da Literatura à da Ciência, precisando, no entanto, que "esta procura da Verdade não é apresentada da mesma maneira, uma vez que a formulação estética, a criação da forma, é um objectivo da Literatura e não constitui um objectivo do trabalho científico". Por outro lado, hoje, "estamos em condições de poder relativizar a dicotomia entre a intuição e o raciocínio e de restaurar a confiança no papel da intuição no processo do conhecimento e, deste modo, no valor cognitivo da experiência simbólica da obra de arte literária".
E nesta perspectiva que coloca "a questão das fronteiras entre a Literatura e a Religião, a qual também é um domínio de percepção simbólica". Defende "a ideia de que o culto religioso não existe incondicionalmente e que a expressão da experiência religiosa é condicionada pela formulação literária que a descreve, uma vez que esta é o veículo da asserção religiosa. O passo de São João segundo o qual o princípio é o Logos é assim interpretável como exprimindo a ideia segundo a qual o Logos, a fórmula, é a linguagem universal e, portanto também, a da Religião e do seu culto. Assim o problema da verdade da Religião reconduz-se ao problema da verdade das fórmulas da literatura subjacente. Uma doutrina religiosa é apenas tão verdadeira quanto o for a fórmula literária que a transmite".
Para o grande músico teólogo, Olivier Messiaen (1908-1992), "as investigações científicas, as provas matemáticas, as experiências biológicas acumuladas não nos salvaram da incerteza. (...) De facto, a única realidade é de uma outra ordem: situa-se no domínio da Fé. É pelo encontro com um Outro que nós podemos compreendê-la. Mas é preciso passar pela morte e Ressurreição, o que supõe o salto para fora do Tempo."
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Um milhão de Bíblias para a China
A impressão desta edição, segundo a tradução franciscana "Studium Biblicum", com introduções e notas, foi feita em Nanjing. Os restantes novecentos mil exemplares serão enviados para toda a China ao longo dos anos de 2009 e 2010. O papel é fornecido pela United Bible Societies (Sociedade Bíblica). Na China, os responsáveis da Igreja encorajam a leitura da Bíblia, sobretudo junto dos jovens, dos catecúmenos e dos novos crentes. Taizé procura apoiá-los através desta edição.
O irmão Alois também quis partilhar uma preocupação: "Para o conseguirmos realizar, precisamos da ajuda financeira daqueles que puderem apoiar este projecto." É possível contribuir para esta iniciativa de Taizé fazendo uma transferência bancária para: Opération Espérance, IBAN: FR76 30003 01212 00037260029 02, SWIFT: SOGEFRPP. Mais informações em Operação Esperança: http://www.taize.fr/pt_article602.html
(Fonte: Taizé)
domingo, 12 de abril de 2009
Leituras
A ressurreição do Senhor é a nossa esperança
Assim começa a Mensagem urbi et orbi, de Bento XVI, que pode ser integralmente lida aqui.
sábado, 11 de abril de 2009
Som do silêncio
Ive come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.
In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of
A neon light
That split the night
And touched the sound of silence.
And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one deared
Disturb the sound of silence.
Fools said i,you do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you.
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence
And the people bowed and prayed
To the neon God they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the signs said, the words of the prophets
Are written on the subway walls
And tenement halls.
And whisperd in the sounds of silence.
Paul Simon & Art Garfunkel
sexta-feira, 10 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
O Outro, sem medo
Destino de uma quarentena de procura(s) na dinâmica do calendário religioso, a Páscoa enche o país esquecido de nova vida. O cíclico reencontro familiar é um inequívoco contributo do pulsar religioso.
Nas aldeias e vilas. Com a viagem que estava por fazer. Ou o ritual de uma procissão que se vai apagando nas curtas memórias da ruralidade. Mas também nos areais que voltam a ser procurados. Nas derradeiras neves da montanha. No descanso de um fim de semana prolongado.
O eixo deste tempo liga o essencial disperso. Na natureza que se renova. No sol que volta a ser calor em espaço aberto. Nos dias que vencem as noites.
O tempo meteorológico incerto releva o tempo de renascer e reaproximar. Ousar, repensando os afectos.
Este “encontro” que o calendário religioso facilita pode também ser um reencontro de alteridade com o “outro” que construímos e, assim, somos. Questionando as imperfeições que fazem a nossa percepção. A ignorância que alimenta preconceitos, reforça muros e precipita conflitos. Não se esgotam as possibilidades de conhecimento e comunicação.
Na superficialidade dos modelos de compreensão e de pertença há sempre um “zoom” a fazer… por fora e por dentro.
Os textos bíblicos ouvidos por estes dias nas igrejas falam da fragilidade que é fortaleza, da morte que há-de ser Passagem – Pessah, Páscoa – para a Vida, num mistério interpretável à luz da fé. “Morrer” para fazer novas caminhadas.
A mensagem derruba as barreiras litúrgicas ou a clausura religiosa. Faz parte da contingência do “ser”.
Em Itália
Combate à pobreza junta bispos e bancos
A CEI vai realizar uma colecta nas igrejas do país, em 31 de Maio próximo, da qual espera recolher perto de 30 milhões de euros. Os bancos multiplicarão por dez o valor obtido, criando um fundo de garantia de 300 milhões, com o qual se propõe apoiar entre 20 mil e 30 mil famílias com um montante mensal de 500 euros a uma taxa de um por cento, a título de empréstimo.
Mais pormenores AQUI.
domingo, 5 de abril de 2009
Movimento "pró-vida" procura apertar Obama
Enquanto o presidente dos Estados Unidos da América obtém notório sucesso na sua primeira viagem oficial à Europa, no seu país é objecto de uma luta encarniçada protagonizada pelos movimentos pró-vida e, designadamente, por sectores mais conservadores da Igreja Católica.
A afirmação de força desses sectores fez-se sentir dois dias depois da tomada de posse de Barack Obama, quando reuniram em Washington, na Marcha Anual pela Vida, centenas de milhares de militantes da luta anti-aborto, numa manifestação nacional que trazia, por detrás, a contundência de posições já enunciadas durante a campanha eleitoral.
O mais recente episódio, que traz efervescentes os ânimos, prende-se com o convite da Universidade Católica de Notre Dame dirigido a Obama para proferir o discurso inaugural e aceitar receber um doutoramento honoris causa, em meados de Maio próximo. Quando a notícia foi conhecida, as movimentações desencadearam-se e, até agora, pelo menos dezena e meia de bispos tomaram posição contra o convite, argumentando que uma universidade católica não pode convidar um defensor do aborto. Por sua vez, a Sociedade Cardeal Newman pôs a circular um abiaxo-assinado contra o convite a Obama. que tinha, na semana passada, reunido mais de 200 mil assinaturas, enquanto que o bispo da diocese em que a universidade se insere anunciou já que boicotará a cerimónia.
A situação parece ser extremamente embaraçosa, visto que o convite está aceite, a pressão para que a Universidade volte atrás enorme e crescente e a consciência de que uma tal decisão poderia ser considerada uma falta de respeito para com a instituição presidencial.
O assunto é tema de capa da mais recente edição da revista católica Tablet, sob o título "Pursuit of a President".
Complementos:
- Despite criticism, Notre Dame firm: Obama will speak
- Protesting bishop won't attend Notre Dame graduation
- Notre Dame students to protest Obama's degree
- Catholic bishop: Obama is 'anti-Catholic'
sábado, 4 de abril de 2009
Cristãos e budistas, contra a pobreza
D. Carlos Azevedo no Diga Lá Excelência
Antonio Marujo, corresponsal religioso de Publico, con Religión Digital
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Papa escreve ao G20
Aos líderes das 19 maiores potências económicas do mundo, mais a União Europeia, a carta papal lembra que em Londres estarão os países responsáveis por 90 por cento do PIB e 80 por cento do comércio mundiais.
Bento XVI fala em especial de África, que acaba de visitar, como o continente que mais sofre os efeitos da crise. A mensagem denuncia a realidade da pobreza extrema e da marginalização, lamentando que no Grupo dos 20 a África subsaariana seja representada por apenas um país (África do Sul) e algumas organizações regionais.
Mais pormenores da carta e da resposta de Gordon Brown são citados pela Ecclesia.
Reportagens TSF: Papa em Luanda e Cantos da Paixão
O enviado especial da TSF, que foi relatando, ao longo de três dias, os passos e as palavras de Bento XVI, regressa agora ao bloco de notas e ao gravador. Resgata vozes e sons de um encontro de fé e conta-nos os bastidores de uma viagem com significado político.
"A Viagem Inesperada" é uma grande reportagem de Manuel Vilas Boas com sonoplastia de Mésicles Helin. Será transmitida na TSF esta quinta-feira, às 19h e às 24h, com repetição ainda no domingo, às 10h.
Vale a pena já tomar nota de um outro trabalho de Manuel Vilas Boas na semana da Páscoa: dia 10 (Sexta-Feira Santa), às 15h e às 24h, e dia 12 (Domingo de Páscoa), às 11h, será transmitido o programa “Cantos Tradicionais da Paixão”.