sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Jornalismo e religião: estamos bem servidos?

Na semana passada, decorreram em Fátima as jornadas da comunicação social da Igreja Católica, que debateram o relacionamento entre a instituição e os média. A propósito, na sua última crónica na RR, depois de descrever alguns dados da realidade portuguesa, Manuel Pinto escreve: “pareceria haver base bastante para despertar a atenção do jornalismo. E no entanto é razoável perguntar: um cidadão que queira acompanhar de forma minimamente esclarecida e aprofundada a dimensão religiosa em Portugal (e no mundo) encontra-se bem servido?
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)

Um dos convidados das jornadas de Fátima foi o padre Gil Tamayo, porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola. Em entrevista à RR, Tamayo fala da importância da comunicação para a Igreja e da importância de não olhar os jornalistas como “inimigos da Igreja”.
(a entrevista pode ser lida aqui)

Também na semana passada, o Papa falou sobre o jornalismo. Perante o conselho geral da Ordem dos Jornalistas Italianos, referiu três elementos que devem estar presentes no jornalismo: amar a verdade, viver com profissionalismo e respeitar a dignidade humana.
(O discurso pode ser lido aqui na íntegra, em italiano)

Na TSF, nesta terça-feira, dia 27, Gil Tamayo falou também sobre o actual momento da Igreja em Espanha e do pontificado de Francisco, referindo ainda, sobre a relação entre média e Igreja:

Continuar a trabalhar para encontrar lugar para Deus e o facto religioso, a dimensão religiosa do homem; a comunicação social, que (retrata todas as realidades humanas) não o faria se deixasse de fora  deixar de fora as grandes questões que estão também no coração do homem e da mulher do nosso tempo, que é o desejo de Deus e de um sentido da sua vida, que é a dimensão religiosa.

Temos também de olhar para a Igreja: às vezes não comunicamos bem; temos de procurar lugar para a comunicação, numa Igreja que tem de se fazer companheira do homem e estar com a linguagem e o sentir das pessoas, e hoje, sem a comunicação social, não se entende a sociedade do nosso tempo.

A entrevista pode ser escutada aqui a seguir: 
 

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Alberto Neto [1931-1987] – Um profeta com palavras de poeta

Sábado passado, no Souto da Casa (Fundão), decorreu um encontro de homenagem ao padre Alberto Neto, pedagogo e educador de gerações, renovador do catolicismo, que foi durante vários anos assistente da Juventude Estudantil Católica, capelão da Capela do Rato, em Lisboa e, depois, pároco de Rio de Mouro. Alberto Neto morreu em 1987, vítima de um crime até hoje nunca esclarecido. 
Um texto com algumas impressões e uma síntese sobre o encontro de sábado pode ser lido aqui (de onde se reproduz também a imagem ao lado). Uma outra notícia pode ser lida aqui
Durante a homenagem, Jorge Wemans deu um testemunho sobre as suas memórias acerca de Alberto Neto, que a seguir se reproduz na íntegra:


Alberto Neto [1931-1987] – O homem que desenhava portas e janelas nos muros insuperáveis  

Muito obrigado por este convite que me deixa meio sem jeito… estão na sala pessoas que terão conhecido melhor o P. Alberto Neto e outras que com ele conviveram mais longamente do que eu e, portanto, seria muito mais interessante ouvi-las a elas... Algumas, se as conheço devo-o ao P. Alberto.
Quero agradecer na pessoa do Dr. António Lourenço Marques a todos os que contribuíram para esta homenagem e aos que para ela hoje convergiram. Saúdo de modo especial D. Estela, no rosto de quem revemos a fisionomia do irmão.
Tive a sorte de ser acompanhado pelo Alberto – desculpem a informalidade do tratamento, mas era assim que nos referíamos a ele quando não estava presente – em momentos muito importantes da minha vida e da nossa vida coletiva, desde os anos finais de década de sessenta até meados dos anos oitenta. Tê-lo como amigo nesses anos cruciais foi uma espantosa benção que nunca poderei agradecer suficientemente.
O primeiro contato com ele tive-o por ocasião das operações de socorro organizadas a partir da equipa de sacerdotes da Martens Ferrão como respostas às cheias de novembro de 1967. Depois foi um crescendo de aproximação: foi assistente da minha equipa de base da JEC, era capelão da Capela do Rato quando da vigília de dezembro de 1972, na sequência da qual fui preso, era ele que conduzia o carro em que um grupo de nós foi exigir e saudar a libertação dos presos políticos em Caxias (26/04/1974). Presidiu à celebração do meu casamento, batizou o nosso primeiro filho, já depois de casado vivi durante dois anos na Casal Ribeiro numa comunidade que ele também integrava… enfim… as nossas vidas não se cruzaram apenas, foram, por períodos longos e decisivos, mesmo muito próximas. O que constituiu para mim uma enorme bênção!

Escolhi trazer para esta manhã de celebração da memória do Alberto três virtudes suas. Mas antes do mais quero dizer-vos como é comovente estarmos aqui tantos anos depois da sua morte sem qualquer outro objetivo para além de recordar um homem que não fundou obra, escola, partido, seita ou qualquer instituição. Limitou-se a viver. Levou o viver a sério. Foi nosso amigo. E é essa amizade que nos traz aqui hoje.

sábado, 24 de setembro de 2016

Textos da espiritualidade cristã encenados no Mosteiro da Batalha

Agenda

Uma série de leituras encenadas de grandes textos da espiritualidade cristã tem início hoje, às 21h00, no Mosteiro da Batalha. “E o espírito voltará a Deus” é o título da iniciativa, que levará à cena as Obras de Misericórdia (hoje) o Hino ao Amor, da Primeira Carta de S. Paulo aos Coríntios (dia 30), o Apocalipse (dia 8 de Outubro), as Bem-Aventuranças (dia 15) e o Eclesiastes, na tradução de Damião de Góis (dia 22), este último com a leitura de Luís Miguel Cintra.
As outras leituras encenadas estarão a cargo, respectivamente, de João Lázaro e Te-Ato, Pedro Oliveira e O Nariz, Tobias Monteiro e Kind of Black Box, e Frédéric Cruz e Leirena Teatro, que apresentarão as suas visões cénicas de cada um dos textos.
Sobre o projecto, iniciativa do Mosteiro da Batalha/DGPC, pode ler-se mais informação aqui.

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Estrasburgo, a cidade onde católicos recebem monges budistas - sobre o diálogo inter-religioso em Estrasburgo

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Estrasburgo, a cidade onde católicos recebem monges budistas

No dia em que, em Assis, se reúnem líderes religiosos num encontro pela paz no mundo, trago aqui o exemplo de Estrasburgo, num texto publicado no DN de domingo passado. 

Estrasburgo é uma das capitais europeias do diálogo inter-religioso, com mais de 40 grupos que reúnem crentes de diferentes tradições e dezenas de iniciativas anuais. No fim-de-semana, o Dalai Lama esteve na cidade, e os budistas foram acolhidos por pessoas de outros credos, um dos exemplos da convivência inter-religiosa da cidade.


Lilia Bensedrine (muçulmana), Salomon Levy (judeu), Etienne Uberall 
(padre católico) Danielle Mathieu (católica e protestante): 
quatro dos responsáveis pela dinâmica inter-religiosa de Estrasburgo e Alsácia

Monique Karleskind, 55 anos, acolhe este fim de semana em sua casa, em Estrasburgo (França), uma monja budista de 61 anos, belga de origem a residir na Normandia (noroeste de França). Este é um dos exemplos da convivência entre religiões que se verifica em Estrasburgo, cidade-sede do Parlamento Europeu, onde o Dalai Lama está este fim-de-semana num encontro com largas centenas de budistas, sobretudo oriundos de regiões de França e Alemanha.
“Acolhemo-la porque a amizade entre pessoas de diferentes religiões é importante para nós”, diz ao DN, sobre as suas motivações, bem como as de Alain, 55 anos, e do filho Louis, 20 (as duas filhas do casal vivem no estrangeiro). Professora de economia e marketing numa escola de turismo, Monique é católica e participa nas actividades da sua paróquia. Mas a diversidade religiosa faz parte do dia-a-dia: o marido é protestante mas sem prática religiosa, o filho é crente mas não está ligado a qualquer igreja, uma parte da família próxima converteu-se ao islão. “Somos obrigados a praticar o diálogo em numerosas ocasiões”, diz.
Já tinham tido uma boa experiência: há três anos, a família acolheu jovens que participaram no encontro europeu promovido pela comunidade de Taizé (sudeste de França), que reúne monges católicos e protestantes. “Temos a sorte de viver numa cidade muito viva, espiritualmente, com muitas ocasiões para encontrar outras sensibilidades religiosas.” Na paróquia, há ainda um grupo inter-religioso, que reúne católicos, protestantes, judeus e muçulmanos, um dos muitos que existem na região (ver caixa).
Também à espera de acolher uma monja budista, Marianne Boudet, 75 anos, católica, viúva de um primeiro casamento, actualmente com um marido muçulmano, foi surpreendida à última hora com a notícia de que a sua hóspede já não poderia vir. De qualquer modo, ficou a convicção: “É importante, ainda mais hoje, abrir-se às outras religiões ou filosofias sem espírito de rivalidade. Conhecer-se, compreender-se e estimar-se, simplesmente enquanto seres humanos.”
A convivência entre pessoas de diferentes convicções e tradições faz de Estrasburgo uma das capitais europeias do diálogo inter-religioso. A par de outras cidades como Assis, onde terça-feira o Papa se encontra com líderes de todas as grandes religiões do mundo.
Tal como Monique, Danielle Mathieu vive a diversidade: católica, de ascendência protestante e judaica, é casada com um pastor da Igreja Protestante Unida de França. Ao lado, a muçulmana Lilia Bensedrine, que com ela trabalha em vários grupos inter-religiosos, ouve toda a história e pergunta: “Mas és católica ou protestante?” Danielle, professora numa escola técnica, diz a rir que nem sempre a resposta é fácil. Jurista, Lilia conclui: “Tu trazes contigo o ecumenismo e o diálogo.”

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Os responsáveis do Daesh podem estar junto de Deus?


(foto reproduzida daqui)

Os encontros entre crentes e responsáveis de diferentes religiões servem para alguma coisa? Aqui podem ler-se algumas respostas, a propósito do encontro que, desde ontem em Assis (centro de Itália), reúne dezenas de líderes religiosos e muitos outros participantes - e no qual participa o Papa, amanhã, terça-feira. Na cidade de São Francisco, o muçulmano Mohammad Sammak, conselheiro político do grande mufti do Líbano, recordou o diálogo entre o Poverello e os muçulmanos, na altura do cerco de Damieta, para referir aquilo que aprendeu do santo.
Outras intervenções a assinalar no primeiro dia do encontro foram as do bispo de Rouen (França) – diocese a que pertencia o padre Jacques Hamel, morto por fanáticos – e que pediu a graça de encontrar os responsáveis do Daesh junto de Deus; do patriarca Bartolomeu, de Constantinopla, que pediu que judeus, cristãos e muçulmanos sejam capazes de “aliviar o sofrimento de todos os homens e seguir o diálogo pela paz; e do rabino Avraham Steinberg, que falou sobre a paz na tradição judaica.

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Perguntas sobre a santa das sarjetas e perguntas sobre a missa - crónicas de Anselmo Borges, Fernando Calado Rodrigues e Vítor Gonçalves

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Perguntas sobre a “santa das sarjetas” e perguntas sobre a missa

A canonização de Madre Teresa de Calcutá, dia 4 de Setembro, é o tema de duas crónicas deste fim-de-semana. No DN de sábado, Anselmo Borges escrevia, com o título As dúvidas da santa da sarjeta, que “a prova e o milagre da fé de Madre Teresa foi o amor vivo, numa dedicação sem desânimo, aos mais pobres dos pobres. A fé é um combate que se ganha no amor” (texto integral aqui).
No CM de sexta, Fernando Calado Rodrigues considerava que Madre Teresa é “a santa à imagem” do Papa Francisco. Sob o título A Santa de Francisco, acrescentava que nela “confluem duas das principais preocupações do Papa: os mais pobres; e ‘a Igreja em saída’ para as periferias” (texto integral aqui)

Domingo, frei Bento Domingues perguntava no Público, sobre Que fazer da missa? Para afirmar que “importa criar uma circulação permanente entre o que se passa no mundo e na Missa. Uma Missa sem mundo em transfiguração só pode gerar um mundo sem missa e sem o seu desejo”. (texto integral aqui)

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A difícil questão da laicidade - crónica de António Guerreiro

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A difícil questão da laicidade


Tudo coberto excepto os seus olhos: que cultura cruel dominada pelo homem; 
- Nada coberto excepto os seus olhos: que cultura cruel dominada pelo homem.” 
(ilustração reproduzida daqui)


“A persistência do quadro teológico-político como um horizonte nunca ultrapassado  deixa perceber as razões pelas quais o conceito de laicidade está completamente armadilhado”, escreve António Guerreiro, no Público de sexta-feira passada. O texto reproduz-se a seguir:

O secularismo republicano francês, fixado com força de lei no conceito jurídico-político da laicidade, que institucionaliza a separação entre o Estado e a religião, consagra logicamente “a defesa da liberdade de consciência individual contra todo o proselitismo” e, por conseguinte, a proibição de “signos religiosos ostensivos” na esfera pública. O princípio da laicidade é o da universalização da cidadania republicana de modo a anular o comunitarismo e os seus efeitos de segregação. Assim, ordem temporal, o saeculum, e ordem intemporal, a religião, devem manter-se estritamente separados.
A laicidade francesa visa a formação de uma cidadania esclarecida que responda à injunção iluminista do “ousar saber” e do uso público da razão. Entendida nesta perspectiva, a laicidade opõe-se a um multiculturalismo que reforça o poder regressivo do dever de pertença étnico-religiosa. Quando se passa desta dimensão teórica da laicidade para os desafios reais – sociais e políticos – com que ela se confronta, as coisas complicam-se bastante, como sabemos. A verdade é que a laicidade francesa, que no seu princípio visa a neutralização da afirmação religiosa em tudo o que é tutelado pelo Estado, se tornou a ideologia de uma república obcecada com o religioso, praticando uma espécie de teologia política negativa que instaura o religioso como categoria separada.

sábado, 10 de setembro de 2016

Com o erro se aprende



No comentário aos textos da liturgia católica deste domingo, escreve Vítor Gonçalves:

Aquele que se julgava tão cumpridor e “certinho” acaba por “desafinar”, ao não aceitar o perdão que o pai deu ao irmão mais novo. Continuamos à espera da sua entrada na festa! Mas, “desafinar” rima com o magnífico filme “Florence”, sobre Florence Foster-Jenkins, uma cantora norte-americana “desafinadíssima”, soberbamente interpretada por Meryl Streep. Não é fácil entender todo o amor que dimanava da sua vida e da dos que a rodeavam, pois, como cantava João Gilberto, “no peito dos desafinados / Também bate um coração.” O seu amor à música e às artes exprime-se nas suas palavras: “Poderão dizer que cantava muito mal, mas não poderão dizer que não cantei!”. Perdoem-me, mas creio que Deus ama muito os desafinados. E infelizes os que, por medo de errar, nunca tentam!
(texto na íntegra aqui; ilustração de Bernadette Lopez, Berna, reproduzida daqui)

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Carlos de Foucauld: o islão provocou em mim uma profunda inquietude - a propósito dos 15 anos do 11 de Setembro, da peregrinação a Meca e da festa do Eid al-Adha (Sacrifício de Abraão)






quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Carlos de Foucauld: “O islão provocou em mim uma profunda inquietude”


Carlos de Foucauld (foto reproduzida daqui)

A propósito do 15º aniversário dos atentados de 11 de Setembro, uma iniciativa de várias comunidades muçulmanas em Itália pretende abrir as mesquitas do país, no próximo domingo, aos cristãos que as queiram visitar, como forma de mostrar a recusa do terrorismo e a possibilidade da convivência conjunta. A notícia pode ser lida aqui.
A iniciativa pretende assinalar também a festa do dia seguinte, quando os muçulmanos assinalam o Eid al-Adha (Sacrifício de Abraão), uma das datas mais importantes do calendário islâmico. Ao mesmo tempo, durante esta semana (entre os dias 9 e 16), os muçulmanos peregrinam a Meca.
Sobre o diálogo inter-religioso, em especial entre cristianismo e islão, o Igreja Viva, publica um texto de fr. Oswaldo Cruz, sobre Carlos de Foucauld, que viveu em terras tuaregues e acabou assassinado por um grupo de salteadores. Foucauld, que viveu e morreu em Tamanrasset, considerava ter aprendido muito com o islão, que lhe produzira uma “profunda inquietude”:

No próximo 1 de Dezembro ocorre o centenário da morte de Charles de Foucauld, o “monge missionário” francês assassinado em Tamanrasset, no deserto saariano, por um grupo de saqueadores no contexto da primeira guerra mundial.
Mas, apesar de ter sido assassinado em terra muçulmana e por homens do Islão, o beato Charles não é um mártir da Igreja no sentido clássico do termo, nem a responsabilidade da sua morte pode ser atribuída diretamente ao Islão como religião. À distância de um século ainda é lícito perguntarmo-nos: o que é que levou o visconde de Foucauld a dar a vida pelos Tuareg e pelas tribos do Saara que ele amava como amigos?
Este tempo no qual vivemos é considerado pelos observadores de muitos modos: era do caos, da ansiedade, do medo, da psicose. E nenhum escapa à sensação de temor que o Islão incute no mundo ocidental. Esta grande religião monoteísta é hoje sem dúvida a mais contestada, a mais condenada, a mais “caricaturada”; todavia, é necessário ter presente e repetir que geralmente temos uma imagem distorcida do Islão. Uma coisa, no entanto, é partilhada pela grande maioria: nos quinze anos que nos separam do 11 de Setembro vimos mudar profundamente as nossas vidas e esfumarem-se muitas das nossas esperanças. Diante dos nossos olhos – afirma Mario Calabresi – mudou drasticamente o mundo do trabalho, a economia e as finanças, a ideia de relações internacionais, os ideais europeus e o modo como vivemos. Um papel fundamental teve o terrorismo de matriz islâmica, as formas sempre novas de jihadismo e as vagas de refugiados e migrantes que chegaram às nossas Costas. Enquanto antigamente o encontro com o Islão dizia respeito sobretudo aos cristãos do Médio Oriente ou aos apaixonados pelo mundo árabe, hoje, querendo ou não, todos somos chamados a reflectir sobre esse encontro, porque a todos nos diz respeito.
(o texto pode ser lido na íntegra aqui, em pdf)

Este blogue estará com publicações intermitentes durante as próximas semanas

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Uma agenda não laicista, antes pela não-discriminação, para a liberdadereligiosa – o programa do novo presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, José Vera Jardim

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Uma agenda não laicista, antes pela não-discriminação, para a liberdade religiosa


José Vera Jardim, novo presidente da Comissão de Liberdade Religiosa

Nesta segunda-feira, tomou posse a nova Comissão de Liberdade Religiosa (CLR), presidida por José Vera Jardim que, enquanto ministro da Justiça, foi o responsável político pela actual Lei da Liberdade Religiosa. Depois de cinco anos de quase inexistência por manifesta falta de condições políticas, Vera Jardim propõe-se agora revitalizar a comissão.
Numa entrevista à Rádio Renascença, o antigo ministro propõe-se alargar a representação da confissões minoritárias, admitindo uma comissão mais alargada e outra mais restrita para gerir as questões quotidianas. Sobre as polémicas acerca da proibição de véus e burquinis, nomeadamente em França, diz que não acha que seja esse o caminho a seguir: “Proibir vestuários ou obrigar vestuários é coisa que não me convence como modo de convivência sã entre as pessoas”, afirma.
Na cerimónia de posse da Comissão, como se pode ler aquio novo presidente da CLR afirmou que tem uma agenda não-laicista, antes pela “não-discriminação”, acrescentando ser favorável a que, por princípio, não haja crucifixos em escolas públicas.
A entrevista à RR pode ser lida na íntegra aqui (de onde também se reproduz a foto)

(Este blogue estará com publicações intermitentes durante as próximas semanas)

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