Nos conflitos que atravessam o Médio Oriente e, em particular, a Terra Santa, muitos líderes religiosos recusam sistematicamente a ideia de que eles sejam de motivação religiosa, atribuindo antes razões políticas. O que é certo é que da parte de outros líderes religiosos há, pelo menos, a confirmação de que há graves factores religiosos a travar (pelo menos) a resolução pacífica dos problemas.
Não é raro ver imãs e xeques muçulmanos com discursos inflamados contra Israel e os judeus; nem é pouco frequente escutar rabinos judeus que só se referem à violência terrorista, sem entender que também há mortes inocentes entre palestinianos e muçulmanos; e ouvem-se muitos líderes cristãos a entrar no jogo da defesa de um dos lados, sem entender que o conflito (os conflitos, já que são vários) só se resolvem numa lógica de não-violência, perdão e reconciliação.
Hans Kung tem razão, quando defende que só haverá paz no mundo quando houver paz entre as religiões. E para isso é preciso que os responsáveis religiosos repitam cada vez, como João Paulo II antes da invasão do Iraque: “A guerra é uma derrota da humanidade. Nunca mais a guerra.”
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