No DN e JN de hoje está a crónica de Manuel Vilas Boas, que fala do dia de ontem do Papa em Nazaré, com o apelo relevante a que os cristãos da Terra Santa permaneçam nos sítios onde Jesus viveu.
As olheiras do Papa denunciavam o estado de cansaço em que anda este homem de 82 anos e o peso de quatro aos comandos de uma barca ainda a remos. De helicóptero, Bento XVI aterrou em Nazaré, território da Galileia, a cerca de uma centena de quilómetros de Jerusalém. Aqui vive a maior comunidade cristã árabe de Israel. O número de participantes na missa campal, na ordem dos 50 mil, indiciava a vitalidade do grupo.
Ao princípio da tarde, ainda em Nazaré, regressava a onda política desta viagem. Netanyahu e Bento XVI aproximavam opiniões com o Médio Oriente em fundo, no convento dos franciscanos. E porque a questão não é fácil, por isso leva já dez bons anos de discussão, a comissão bilateral Israel-Santa Sé foi chamada a fazer o ponto de situação com os dois líderes. A resposta virá nas asas do vento...
O encontro com os líderes religiosos não se soltou aos berros como em Jerusalém. Pedagógico, Bento XVI deixou o aviso aos cristãos, drusos, muçulmanos e hebreus que tinha na sua frente: "É preciso salvaguardar as crianças do fanatismo e da violência."
Mas bonito foi saber que este grupo de líderes religiosos, não tendo encontrado qualquer texto comum sobre a paz, a apresentar no encontro com o Papa, decidiu-se por uma composição, aprovada por todos, e executada com uma melodia de mover a alma dos crentes do Antigo e Novo Testamento...
Por entre os cantos das vésperas, na Basílica da Anunciação, lançou o último repto aos anfitriões: é preciso que os cristãos permaneçam. Senão a ceifa fica comprometida.
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