domingo, 28 de dezembro de 2008

Taizé em Bruxelas - A promessa do Natal, fonte de perseverança



Nesta segunda-feira, 29 de Dezembro, inicia-se em Bruxelas mais um encontro anual de jovens da Peregrinação de Confiança sobre a Terra, animada pela comunidade de Taizé. No Público de hoje, a notícia que escrevi (abaixo reproduzida) chama a atenção para a carta por uma Europa Aberta e Solidária, dirigida aos responsáveis da União Europeia. No site de Taizé o encontro pode ser acompanhado, com fotos, textos e várias outras propostas. Na meditação que escreveu para o Dia de Natal, o prior da comunidade, irmão Aloïs, escreve: “O Evangelho conta a maneira inacreditável como Deus age com a humanidade. Em Jesus, ele vem pedir a cada uma e cada um, geração após geração, para participar na sua obra de reconciliação. Então, mesmo nas horas sombrias, a promessa do Natal é fonte de perseverança para os que procuram construir a paz onde ela é ameaçada.


Encontro com 40 mil jovens de toda a Europa inicia-se hoje em Bruxelas; o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, enviou mensagem


A Comunidade de Taizé (França), que integra monges católicos e protestantes, propõe um serviço cívico europeu no âmbito das iniciativas de solidariedade entre povos. A sugestão consta de uma mensagem à União Europeia, que há dias foi entregue ao presidente da Comissão Europeia e hoje mesmo começa a ser distribuída aos 40 mil jovens (pelo menos uns 600 portugueses) que participam, em Bruxelas, no encontro europeu anual que a comunidade promove numa cidade europeia - em 2004, foi em Lisboa.
No texto Por Uma
Europa Aberta e Solidária, os monges de Taizé acrescentam que a actual situação de crise económica exige a adaptação das instituições e dos mecanismos europeus de auxílio para apoiar países mais pobres. E caracterizam o processo de construção europeia como "uma aventura sem precedentes".
"A Europa conseguiu abrir um período de paz sem precedentes na sua história. O caminho percorrido desperta uma enorme esperança noutras regiões do mundo. Depois de tantas fracturas, a paz é um bem inestimável", mas não adquirido "de uma vez para sempre: cada geração precisa de a construir".
Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, gravou, em pouco mais de quatro minutos, uma mensagem para os participantes (pode ser vista em https://webmail.publico.pt/OWA/redir.aspx?C=796a783395f349f19e95a6979dbecf01&URL=http%3a%2f%2fjornal.publico.clix.pt%2f%253Ca%2520target%3d/pt_article7914.html">https://webmail.publico.pt/OWA/redir.aspx?C=796a783395f349f19e95a6979dbecf01&URL=http%3a%2f%2fwww.taize.fr%2f/pt_article7914.html). Nela repete também: o projecto europeu "constitui um passo em frente sem precedentes na história humana"; a paz, democracia e liberdade que hoje fazem "parte da ordem natural das coisas" não devem ser vistos como "garantidos para o futuro". "Preservar a liberdade e a democracia onde elas existem, combater por elas onde ainda não existem, continua a ser o nosso objectivo comum", diz.
Na mensagem entregue a Barroso pelo irmão Aloïs, prior da comunidade, diz-se que a construção europeia encontra o seu sentido integral se a Europa "se mostrar solidária" com "os povos mais pobres".
Solidariedade global
"Muitos jovens pedem que à mundialização da economia se associe uma mundialização da solidariedade", escrevem os monges de Taizé - o nome designa a aldeia da Borgonha onde a comunidade foi fundada, em 1940, pelo irmão Roger Schutz.
Sobre a crise financeira actual, o documento entregue a Barroso diz ainda que ela "mostra que, sem seguir normas éticas, a economia não se pode desenvolver sustentavelmente". O tema será, aliás, objecto de um dos vários workshops que decorrem nos pavilhões da Brussels Expo, até ao próximo dia 1 de Janeiro, quando termina o encontro. Europa, uma comunidade de valores, uma comunidade acolhedora será tema de outro dos debates, neste caso com a participação do vice-presidente da Comissão Jacques Barrot.
Mais generosidade dos países ricos, acolhimento "digno" dos imigrantes de países em vias de desenvolvimento e "partilha de dons" e da "diversidade" europeia são os âmbitos que levam os monges a propor "iniciativas como um serviço cívico europeu".
Na carta, os monges afirmam que as instituições europeias são por vezes vistas "com incompreensão e com um certo desalento". Mas cabe também aos líderes nacionais "apoiar um novo impulso, renunciando a designar injustamente, na hora das decisões difíceis, as instituições europeias como o 'bode expiatório'".
Num outro texto, destinado aos debates entre os jovens, a Carta do Quénia (escrita a pretexto de um encontro que, em Novembro, reuniu 7000 jovens em Nairobi), o irmão Aloïs apela a ultrapassar "as compartimentações das nossas sociedades". E recorda os que sofrem, os que são maltratados e os imigrantes.
O encontro prevê tempos de oração nos pavilhões da Brussels Expo, sendo os jovens acolhidos por famílias de 180 paróquias católicas, protestantes e ortodoxas de Bruxelas e cidades vizinhas.
Os jovens que participam nesta etapa da Peregrinação de Confiança, como Taizé designa a iniciativa, receberam ainda mensagens do secretário-geral da ONU, do Papa Bento XVI, do arcebispo anglicano de Cantuária e de outros líderes cristãos. Em todas elas (disponíveis em https://webmail.publico.pt/OWA/redir.aspx?C=796a783395f349f19e95a6979dbecf01&URL=http%3a%2f%2fwww.taize.fr%2f), os responsáveis falam dos principais problemas do mundo e do papel das gerações mais novas.

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