terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Porque não inquirir os motivos do abandono da missa dominical

Um artigo na última edição de America, revista semanal dos jesuitas norte-americanos, aborda um assunto que é sem dúvida pertinente e oportuno também entre nós: conhecer as razões pelas quais tantas pessoas que «nasceram» e foram educadas no catolicismo abandonaram a prática religiosa.
Segundo aquela publicação, em 50 anos, mais concretamente entre 1955 e 2005, a participação dos católicos na missa dominical passou, nos Estados Unidos da América, de 75% para 45% [em termos comparativos, no mesmo período, a participação dominical entre as confissões protestantes passou de 42% para 45%].  Comentando estes dados, um especialista em gestão, citado pela revista, dizia, não há muito tempo, que se uma empresa perdesse clientes ao ritmo a que a Igreja Católica tem perdido fiéis praticantes naquele país, alguém teria já feito inquéritos sobre o abandono. E é isso que o articulista defende que deveria ser feito.
Prestes a iniciar-se o ano de 2011, durante o qual a Igreja Católica em Portugal vai repetir o recenseamento da prática da missa dominical, poderia ser interessante que, em simultâneo, e recorrendo aos recursos que possui, nomeadamente na Universidade Católica, mas não só, algo do género fosse levado a cabo aqui. A queda da ida à missa dominical é provavelmente bem maior entre nós do que nos Estados Unidos. As condições e contexto cultural são diversos, mas a necessidade de se conhecer os motivos da deserção não são menores. Mudanças nos valores dominantes e nas características na vida social? Qualidade das liturgias e das homilias? Questões doutrinais? Outros motivos? Não seria importante conhecer-se as razões?
É importante saber quantos vão. Igualmente importante seria saber por que vão. Mas talvez mais instrutivo ainda seria conhecer os motivos daqueles que não vão ou que deixaram de ir.

1 comentário:

Anónimo disse...

Plenamente de acordo!

Só que a instituição dirá que não faz "sondagens de opinião para vender melhor o produto "....
Se isso fosse preocupação, também o seria rever a obrigatoriedade do celibato ou o sacerdocio das mulheres....
A resposta de que não andam ao sabor das modas,repete-se qual "cassete"...
A realidade é que de facto o Esprito Santo está a mostrar á Instituição o que lhe acontece neste caminho "cego,surdo e mudo"...
Esse tempo virá !
Henrique Dias