(...) No dealbar das civilizações, o dia cíclico – do culto, da festa e da
divindade – assumiu-se como pausa natural e inquestionável, descanso,
regeneração pessoal e da comunidade.
O que estamos a verificar é uma tendência para fazer do domingo – que
herdou, na nossa cultura, estas características – um dia igual aos
outros, sem o que lhe é antropologicamente intrínseco. Um dia que é para
a família, para a comunidade, o encontro, o gratuito e a gratuidade, a
natureza, o ócio e o lazer que quebra rotinas, o simbólico e o
espiritual, tende a ficar ao serviço do apetite voraz do lucro, com
reflexo nas leis laborais e na organização empresarial. Numa visão
exagerada – ou talvez não –, seria apenas um dia transformado em horas
para troca, numa semana sem calendário, com descanso avulso.
Rever o sentido do domingo é um percurso que “poderia, mais
«laicamente», fazer descobrir o sentido profundo do ser e do devir em
que todos estamos mergulhados”
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