«A Igreja (...) não se pode apresentar ao povo cristão,
aos membros das outras religiões,
aos agnósticos e aos ateus
como quem está na posse da verdade, dos bons princípios,
dos bons caminhos e das boas soluções.
Essa arrogância impede o caminho humilde da escuta,
do estudo e do diálogo
com todos os mundos em que se encontra, ou aos quais se dirige:
a bondade e a verdade, servidas ou traídas,
estão disseminadas em todos os estilos de vida
e em todas as dimensões da existência.
A Igreja, sem crescer e amadurecer nesse convívio,
não pode partilhar nada, está fora de jogo.
Esquece que Deus se insinua, de muitos modos, na vida das pessoas,
expressa na diversidade de problemáticas e linguagens das sociedades,
nas suas diferentes épocas e culturas.
Os processos não são lineares e nunca nada está garantido.»
Frei Bento Domingues, na sua coluna no Público (20.01.2013)
O que diz Frei Bento pode não ser tudo na vivência da fé em comunidade. Mas é, a meu ver, uma dimensão essencial. Um caminho e um modo de estar. De estar com os outros prestando-lhes atenção, escutando os seus apelos e procuras, partilhando o que somos e buscamos. Fazendo caminhos em comum. Apoiando-nos quando tacteamos no escuro.
Afinal quem gostará de ter por companheiro e amigo um arrogante ou um convencido?
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