sábado, 5 de janeiro de 2013

Músicas que falam com Deus (18) - para o tempo de Natal#5 - O melhor da música barroca para o Natal


Quando os cristãos celebram a Epifania (católicos e protestantes) ou o Natal (ortodoxos, em virtude do calendário juliano, “atrasado” 12 dias em relação ao gregoriano), vale a pena revisitar ainda três propostas natalícias. 

A primeira é “Um Natal Barroco”, que nos oferece o melhor da música barroca para esta quadra. Arrumado geograficamente (Natal barroco alemão, italiano, inglês e francês), em três discos, o conjunto termina com três peças de Bach.

Em qualquer dos casos, há nomes incontornáveis entre os autores que aqui são reunidos. O Natal barroco alemão oferece-nos peças de Samuel Scheidt, Dieterich Buxtehude, Matthias Weckman, Michael Praetorius, Heinrich Schütz, Philipp Friedrich Böddecker e Johann Krieger. O conjunto italiano propõe Arcangelo Corelli, Ignazio Donati, Francesca Caccini, Giovanni Bassano, Giovanni Battista Bassani, Tarquinio Merula, Alessandro Grandi, Marc’Antonio Ziani , Giovanni Antonio Rigatti e Giovanni Giorgi. Do barroco inglês podemos ouvir peças de William Byrd, além de duas peças de autor anónimo. De França, propõem-se-nos Eustache du Caurroy, Jean-François Dandrieu, Henry du Mont e Louis-Claude Daquin, além de uma outra peça de autor anónimo – o belíssimo “Noël des Rois et des Princes”, de raiz popular.

Aliás, a maior parte destas peças são inspiradas ou em textos litúrgicos ou em narrativas tradicionais. Fonte maior de inspiração, como escreve Jérôme Lejeune na apresentação deste disco, o Natal era (é) uma festa litúrgica mas também profana. E a própria história que o Natal conta – a do nascimento de uma criança – está profundamente ligada a acontecimentos que, de uma forma ou de outra, todos nós vivemos.

As 37 peças aqui reunidas dão-nos um conjunto de sonoridades diversificadas, que se relacionam também com o motivo da música – pode ser uma canção de embalar como o “Lullaby, my sweet little Baby”, de William Byrd, ou uma contemplação do papel maternal de Maria, como “Sweet was the Song the Virgin sang”, de um anónimo inglês; ou pode ser uma referencia às figuras que adornam o presépio ou  a tradição – os pastores, os magos, os anjos, os animais, o rei mau Herodes.

As vozes e os músicos são também do que de melhor existe na actualidade: Ricercar Consort, La Fenice, Choeur de Chambre de Namur, Akadêmia, La Pastorella, e ainda Vox Luminis, Syntagma Amici/Les Corsaires du Roi, Mare Nostrum, Ensemble Faux Bourdon e Les Agrémens.

Quatro horas de belíssima e incontornável música.

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