Crónicas
No seu texto deste domingo, no Público, frei Bento Domingues escreve sobre o ecumenismo de sangue. Sob o título
Só para depois do juízo final, diz:
A teologia vive bem na oração,
como consciência do mistério insondável de Deus. Este não cabe em nenhuma
definição. Quando a teologia se torna soberba, pensa que tem Deus na mão e
transforma-se em juíza das expressões da fé das outras confissões cristãs. Não
concebe a importância de procurar os pontos de convergência no caminho para uma
Realidade que não é propriedade das Igrejas Ortodoxas, da Igreja Católica
Romana, ou das Igrejas Protestantes.
(texto completo aqui)
No DN de sábado, Anselmo
Borges escreve sobre Democracia na Igreja, citando um livro de Karl Rahner:
"Só quando tivermos um Sínodo
nacional que eventualmente (iure humano) adopte decisões normativas que possam
ser chocantes para um bispo; só quando, se for o caso disso, um bispo se
submeter a um árbitro imparcial; só quando os conselhos presbiterais, os conselhos
pastorais, etc., tiverem autonomia e eficiência frente aos bispos..., é que a
relação entre liberdade e manipulação na Igreja será tranquila e ao mesmo tempo
estará num movimento contínuo, que dissolverá, sempre de novo, o anquilosamento
do meramente tradicional".
(texto completo aqui)
Hoje, no Diário do Minho, na
sua crónica Os Dias da Semana,
Eduardo Jorge Madureira regressa à entrevista de Edgar Morin sobre a encíclica
do Papa. Sob o título Laudato si’, o acto número um para uma nova
civilização, escreve:
Embora se use em demasia, a
expressão “não deixa ninguém indiferente” é acertada para aplicar a Laudato Si’. A carta encíclica do Papa
Francisco Sobre o cuidado da casa comum
não só não suscita indiferença, como se tem mostrado capaz de mobilizar a
adjectivação mais veemente dos que teriam preferido que ela não tivesse sido
escrita ou dos que a aplaudem sem reservas.
O Papa Francisco é “a pessoa mais
perigosa do planeta”, disse Greg Gutfeld, comentador da Fox News, uma conhecida
cadeia de televisão dos Estados Unidos da América. Poderá tratar-se apenas de
uma frase de efeito, um daqueles sound
bites que servem para alguém se fazer notar, mas é portadora de um
incontornável valor sintomático. Será muito pouco menos do que isso o que uns
quantos pensarão sem coragem para o afirmarem em voz alta.
Os encómios a Louvado Sejas (editada em Portugal pela Paulinas Editora) foram
subscritos por gente de dimensão superior, como é o caso de Edgar Morin, um sociólogo
e filósofo francês com vida e obra. Se a autoridade intelectual se medisse por
honrarias, os 27 doutoramentos Honoris
Causa que foram concedidos a Edgar Morin por universidades de todo o mundo
garantiriam uma óbvia mais-valia aos elogios.